Região Grande Florianópolis

Criminoso que matou policial e turista argentino é morto a tiros em SC

Geovani Sálvio possuia uma extensa ficha criminal desde quando era adolescente

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Criminoso que matou policial e turista argentino é morto a tiros em SC
Geovani (no detalhe) e as viaturas no endereço em Laguna nesta terça. fotos: divulgação

Um criminoso morreu na manhã desta terça-feira (29) após reagir à prisão. Equipes do Bope da Polícia Militar de Santa Catarina foram até Laguna, no Sul do estado, cupmrir uma ordem judicial para prender Geovani Salvio da Silva, conhecido como Gê, apontado comom um dos bandidos mais procurados no estado. De acordo com os policiais, Geovani estava armado e trocou tiros com os agentes, mas acabou sendo atingido e não resistiu.

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Geovani possui um vasto histórico criminal e, de acordo com as investigações, tem envolvimento com a facção PGC (Primeiro Grupo Catarinense). Natural de Florianópolis, ele passou por diversos centros de internação socioeducativa quando ainda era adolescente, quando acumulou registros de roubos, fugas e homicídios cometidos antes de completar 18 anos.

Em 2010, Geovani se envolveu no assassinato do policial civil Eliseu de Souza Junior, de apenas 20 anos, em São José na Grande Florianópolis. Na noite do crime, Geovani e outro comparsa esperaram o momento em que Eliseu entrou num carro, no Centro Histórico da cidade, e o abordaram. Eliseu não teve tempo de reagir e foi morto com três tiros na nuca. Os dois adolescentes levaram apenas a arma do policial e abandonaram o corpo e o carro no bairro Praia Comprida. O processo foi arquivado em 2011.

Eliseu Junior, o policial civil morto em 2011. Foto: divulgação

Criminoso tem extensa ficha policial

No ano seguinte, em 2011, Geovani voltou a matar. Desta vez, a vítima foi o turista argentino Raúl Alberto Baldo, de 48 anos, no bairro Canasvieiras, no Norte da Ilha, em Florianópolis. A Polícia científica encontrou impressões digitais de Geovani no carro da vítima.

O turista argentino Raul havia acabado de chegar em Florianópolis com a família, quando foi vítima de um assalto, na rua Rodolfo Hinckel. Ele estava com a mulher e dois filhos de 11 e 15 anos, quando resolveu parar para ver o mar, antes de procurar por um hotel. De acordo com o jornal Argentino Clarin, Raúl Baldo era técnico radiólogo e trabalhava no Hospital Eva Perón de Calamuchita.

Raul Baldo, turista argentino morto em Canasvieiras. Foto: divulgação

Apreendido após o crime, Geovani conseguiu fugir de um Centro de Internação Provisória em Itajaí, mas foi recapturado rapidamente. Próximo de completar 18 anos, ele voltou a escapar de outro Centro de Internação, desta vez em Rio do Sul, apenas dois dias antes de atingir a maioridade.

Em 2012, já adulto, Geovani foi preso pela Polícia Militar por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo, além de ser apontado por participação em assaltos a estabelecimentos e residências, incluindo um posto de combustível no bairro Sambaqui, no Norte da Ilha.

Mais recentemente, em 2023, o nome de Geovani voltou a aparecer em inquéritos da Polícia Civil, desta vez por crimes de ameaça e violação de domicílio contra a ex-mulher. Em 2024, foi mais uma vez preso em flagrante com um veiculo roubado e foi autuado por receptação.

No começo de 2025, disputas internas dentro do PGC provocaram um racha na organização criminosa. Mensagens de Whatsapp monitoradas pela inteligência da Polícia Militar confirmaram que Geovani exercia uma função de comando entre os traficantes no bairro Monte Verde. Nas semanas seguintes, a tensão se intensificou, com postagens nas redes sociais de vídeos com armas de grosso calibre, como forma de demonstração de força.

Em meio a esse cenário de instabilidade, um episódio específico chamou atenção dos policiais. O PGC decretou, através de um “salve” uma punição contra Geovani, acusado de se apropriar de armas que pertenciam ao crime organizado. Uma falta considerada gravíssima no mundo do crime.

A decisão de punir Geovani surpreendeu membros da organização, dada a influência e o prestígio que ele possuía internamente.

Nesta terça-feira (29), equipes do Bope e também do Pelotão Tático da PM chegaram às 6h30 da manhã numa casa na rua Santa Maria, no bairro Barranceira, em Laguna, onde Geovani estava escondido. Ele mantinha com ele armamentos de uso restrito e teria reagido à abordagem dos policiais, antes de ser atingido.

No local foram apreendidos uma pistola, munições, um colete a prova de balas, e pouco mais de dois quilos de maconha.

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