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Catarinense condenado por matar traficantes em SC é executado em SP

David Herold,ex-soldado do Exército americano, levou mais de 60 tiros

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Catarinense condenado por matar traficantes em SC é executado em SP
David Harold, em imagem do seu julgamento em Florianópolis, em 2016. Foto: divulgação

O produtor musical catarinense e ex-militar do Exército americano David Beckhauser Santos Herold, de 34 anos, foi executado a tiros em São Paulo na madrugada de quarta-feira (2), com mais de 60 tiros. David ficou conhecido em 2016, quando foi condenado pela justiça catarinense por participar da execução de dois traficantes que comandavam o comércio de drogas no Morro do 25, em Florianópolis.

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De acordo com a Polícia Civil paulista, David, que tem dupla cidadania, ele estava trabalhando nas gravações de um videoclipe do cantor Boladin 211. Ele fazia fotos quando foi alvejado por dois bandidos, que se aproximaram dele e disseram: “E aí, bonitão”, anbtes de atirar.

Em 2014, dois anos antes de ser condenado a 16 anos de prisão pelo crime, David e um comparsa, fingindo serem policiais, invadiram uma casa no Morro do 25 às 6h da manhã, e dispararam  mais de 100 tiros em Thiago Polucena de Oliveira e seu irmão Leonardo. A Polícia catarinense apurou na época que os irmãos haviam se negado a ingressar no PGC (Primeiro Comando Catarinense), facção do crime organizado que domina o tráfico na Grande Florianópolis.

As duas mortes no Morro do 25 não foram os únicos crimes de David em Florianópolis. Em 2015, a Polícia civil encontrou suas digitais em pacotes com 10 quilos de maconha encontrados no bairro Campeche, no Sul da Ilha, onde sua família administra um negócio de entretenimento no Riozinho do Campeche. David foi preso no mesmo ano, em Viamão, no Rio Grande do Sul, numa festa regada a drogas.

David lutou no Afeganistão e foi promovido a sargento do Exército americano. Foto: Divulgação

A Polícia Civil catarinense apontou, na época das investigações, que David atuava como matador do PGC. Outro dos seus serviços encomendados pela facção teria sido a morte de outro traficante na Capital catarinense, Tiago Cordeiro, o Calcinha, assassinado num posto de combustíveis no Saco dos Limões. Valcinha era o braço-direito do megatraficante Neném da Costeira.

Após ser condenado, David permaneceu preso de 2016 a 2020, quando foi solto por um habeas corpus. Ainda segundo a Polícia, David e seu amigo de infância André Vargas Pinto foram contratados pelo PGC para executar os traficantes rivais. Dois anos depois, David foi julgado na Capital e condenado.

Uma das armas usadas no crime foi encontrada na fronha do travesseiro de André Vargas Pinto, que residia no bairro Saco dos Limões. André também foi julgado, e condenado a 47 anos de prisão.

David serviu ao Exército americano entre 2008 e 2013 e esteve na Guerra do Afeganistão. Ao retornar para os EUA, foi promovido a sargento. No julgamento em florianópolis, ele foi defendido pelo advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, apontado como um dos principais criminalistas de Santa Catarina.

Em 2015, assim que David foi preso, a TV Record nacional publicou uma reportagem especial sobre ele. O video foi ao ar no programa Domingo Espetacular naquele ano. Confira:

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