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Caso Vitória: confissão, ferramentas e fotos como provas do crime

Principal e único suspeito confessa assassinato e Polícia divulga laudo pericial

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Caso Vitória: confissão, ferramentas e fotos como provas do crime
Foto: Divulgação / Redes sociais

Preso há dez dias, Maicol Antonio Sales dos Santos, de 26 anos, confessou o crime em novo interrogatório feito na noite de segunda-feira (17). Ele afirmou ter matado a Vitória Regina Sousa, de 17 anos, em Cajamar, na Grande São Paulo. Além disso, disse que teria agido sozinho, a facadas e que não houve abuso sexual porque ela reagiu.

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De acordo com os delegados responsáveis pela investigação, em coletiva dada à imprensa nesta terça-feira (18), Maicol relatou que deu carona à adolescente, que ela resistiu ao estupro dentro do carro e que foi morta a facadas ali mesmo, no veículo.

Ele contou ainda que depois abandonou o corpo no matagal onde ele foi encontrado uma semana depois. Ele também disse que não houve tortura e que os cabelos caídos e os sinais de violência física eram da decomposição do corpo.

A polícia investiga se há outros envolvidos no crime. No entanto, até o momento, Maicol é o principal e único suspeito de ter cometido o assassinato e está preso desde o dia oito de março. Ele morava no bairro Ponunduva, onde também Vitória residia com a família. Segundo policiais, Maicol se comportava como um stalker.

Foto: Reprodução/Record TV

Laudo pericial

O Laudo do Instituto Médico Legal (IML) não encontrou sinais de violência sexual em Vitória Regina de Sousa. Ainda, segundo a perícia, ela foi morta com três facadas. Além disso, o documento diz que ela estava com álcool no sangue. Mas isso pode caracterizar “um processo de fermentação característico da putrefação” do corpo. Assim, a polícia ainda apura se alguém a embriagou ou a dopou.

A investigação

Uma das evidências mais decisivas veio da perícia feita no celular do suspeito. A polícia encontrou fotos de Vitória, ao menos desde 2024, salvas no aparelho, além de imagens de facas e de um revólver. Outra evidência foram a pá e a enxada encontradas no local do crime. O padrasto do suspeito disse à polícia ser o dono das ferramentas.

O álibi dado por Maicol à Polícia foi desmentido pela própria esposa. Ele havia dito que estava com a companheira na noite do desaparecimento, mas ela afirmou que estava com a mãe e só encontrou o marido no dia seguinte.

Ainda, segundo informações da Polícia Civil, a investigação descobriu que Maicol visualizou uma foto postada por Vitória no ponto de ônibus, no início da madrugada de 27 de fevereiro — cerca de 20 minutos antes de ela desembarcar no bairro onde morava. Para os investigadores, esse pode ser um indício de que ele a interceptou no trajeto até sua casa.

Relembre o crime

A adolescente Vitória Regina de Sousa desapareceu após deixar o shopping onde trabalhava por volta da meia-noite do dia 27 de fevereiro. Imagens de câmeras mostram a jovem caminhando pela rua até o ponto de ônibus.

A adolescente mandou mensagens para uma amiga dizendo ter medo de estar sendo perseguida. Contudo, testemunhas do caso Vitória afirmam que ela foi seguida por um carro com quatro rapazes após descer do ônibus.

Poucos dias depois, na quarta-feira (5), Vitória foi achada morta com cortes no tórax, pescoço e rosto, em Cajamar. Era um local de mata, de difícil acesso e a vítima estava nua e com cabeça raspada. 

Em meio às buscas por Vitoria, no dia 1º de março a polícia encontrou o corpo de Edna de Oliveira Silva em uma cachoeira. Portanto, a ligação entre as mortes está em investigação.

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