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Caixa-preta do avião revela gritos, pergunta do copiloto e estrondo

Acidente aéreo em Vinhedo teve 62 vítimas entre passageiros e tripulantes

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Caixa-preta do avião revela gritos, pergunta do copiloto e estrondo
Foto: divulgação

As análises ainda preliminares da caixa-preta que gravou as vozes dos dois pilotos na cabine do avião da Voepass que caiu com 62 pessoas a bordo em Vinhedo, no interior de São Paulo, na sexta-feira (9), indicam que o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva perguntou ao piloto Danilo Santos Romano o que estava acontecendo após perceber que a aeronave perdia sustentação.

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Entre as 62 vítimas, estavam quatro catarinenses, todos já identificados pelo IML de São Paulo.

Até o avião cair se passou cerca de 1 minuto e a gravação é finalizada com gritos. No total, foram transcritas cerca de duas horas de conversas na cabine. Após a perda repentina de altitude, o copiloto disse ser necessário “dar potência” à aeronave para tentar estabilizar o avião. Contudo, depois de um minuto, é possível ouvir os gritos e um estrondo.

O trabalho foi feito pelo Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea Brasileira (FAB) responsável pela investigação.

A FAB afirma que a imprensa não teve acesso aos áudios, transcrições e dados das caixas-pretas. De acordo com a Aeronáutica, não foi possível identificar até o momento a causa do acidente e, como o avião modelo ATR 72-500 tem as hélices muito próximas da cabine, o excesso de barulho dificultou a compreensão dos diálogos.

Não foram identificados sons de alertas de presença de fogo, falha elétrica ou de pane no motor. Conforme a investigação, o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva, mais velho e mais experiente que o piloto, chegou a dizer que era preciso dar potência para estabilizar a aeronave e impedir a queda depois que percebeu que o avião estava perdendo sustentação. O relatório preliminar sobre o acidente deve ficar pronto em 30 dias.

As causas estão sendo investigadas pelo Cenipa, ligado à Força Aérea Brasileira (FAB). É o acidente com o maior número de vítimas desde a queda da aeronave da TAM, em São Paulo, em 17 de junho de 2007, que vitimou 199 pessoas.

A Voepass afirma que a aeronave, do tipo ATR, estava em boa condição e havia passado por manutenção. O modelo, considerado seguro, é bastante usado na aviação comercial em viagens curtas.

FAB diz seguir protocolos legais

A Força Aérea, por meio do Cenipa, “assegura que nenhum veículo de imprensa teve acesso aos áudios, transcrições, tampouco aos dados dos gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixas-pretas (Cockpit Voice Recorder e Flight Data Recorder) da aeronave de matrícula PS-VPB”, envolvida no acidente aéreo em Vinhedo.

O Cenipa destaca, ainda, que “segue estritamente os protocolos específicos estabelecidos pela Lei 7.565/1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA), pelo Decreto 9.540/2018 e pelo Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional, de 1944”.

Além disso, a FAB “reitera seu compromisso com a transparência e a seriedade na condução das investigações, bem como pelo respeito à dor dos familiares das vítimas envolvidas no acidente”.

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