A cabeleireira Dirce Rogério, de 55 anos, moradora de Rio do Sul, é mais uma catarinense entre os 49 brasileiros presos na semana passada, por ordem do STF, entre os já condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Todos aguardavam em liberdade os recursos que tentam reverter as condenações, mas voltaram para a prisão por risco de fuga do País.
Além de Dirce, foram presos no dia 6 de junho os catarinenses Ângelo Sotero, de 59 anos, que é músico em Blumenau, o corretor de seguros de Balneário Camboriú Gilberto Ackermann, de 50 anos, e a cabeleireira de Joinville Raquel de Souza Lopes, de 51 anos.
Dirce Rogério foi condenada a 16 anos de prisão e desde então usava tornozeleira eletrônica. Seu advogado, Helmar Amâncio, garantiu que sua cliente chegou a recusar uma proposta de fuga, por sua orientação. “Ela optou por permanecer no Brasil e confiar no andamento do processo legal”, disse ele.
As 49 ordens de prisão foram assinadas pelo Ministro do STF Alexandre de Moraes, que baseou sua decisão no fato de que diversos investigados pelos ataques de 8 de janeiro tentaram obter asilo fora do Brasil, o que reforçou a necessidade da prisão preventiva.
Dirce foi presa em Brasília em 8 de janeiro de 2023 durante as manifestações, e permaneceu na penitenciária feminina da Colmeia, na Capital Federal, até 1º de setembro, quando ganhou o direito de aguardar pelo julgamento em liberdade e usando tornozeleira eletrônica.
Dirce é esteticista e proprietária de um salão de beleza em Rio do Sul, na rua Papa João XXIII. Ela foi condenada a 16 anos e 6 meses, sendo 15 anos de reclusão e 1 ano e 6 meses de detenção. Ela também terá que pagar uma multa no valor aproximado de R$ 48 mil.
De acordo com o relator do processo no STF, ministro Alexandro de Moraes, Dirce foi detida pela Polícia Militar do Distrito Federal dentro do Palácio do Planalto, sede do poder executivo federal. Ao ganhar liberdade em 1º de setembro, ela foi a última mulher a sair da prisão entre todas as presas no 8 de janeiro.
Ao deixar a Colmeia, Dirce foi recepcionada por uma comitiva de apoiadores, liderada pelo senador Magno Malta (PL/ES), com quem conversou e trocou abraços.
De acordo com um levantamento feito pelo Governo do Estado de Santa Catarina dias após os ataques de 8 de janeiro de 2023, o número de catarinenses presos chegou a 50 pessoas. No entanto, apenas quatro foram julgados e condenados, já contando com Dirce Rogério.