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Superbactérias matam 1 milhão ao ano, mas indústrias abandonam pesquisas

As bactérias geralmente se tornam cada vez mais resistentes

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Superbactérias matam 1 milhão ao ano, mas indústrias abandonam pesquisas
Foto: divulgação

O número de mortes em todo o mundo relacionadas a superbactérias subiu de 700 mil para 1,2 milhão nos últimos sete anos, conforme alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS). Na contramão disso, a indústria farmacêutica informou que está abandonando as pesquisas de novos antibióticos. Os dados estão no relatório “Incentivando o Desenvolvimento de Novos Tratamentos Antibacterianos 2023”, publicado nesta semana pela OMS.

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Conforme a entidade, o número de pesquisas de novos antibióticos é considerado insuficente diante da crescente propagação da resistência antibacteriana. A maioria dos antibióticos disponíveis no mercado hoje são variações de medicamentos desenvolvidos ainda na década de 1980.

As superbactéerias são micro-organismos que causam pneumonia e infecção urinária através da corrente sanguínea. Os efeitos nos seres humanos vão desde a taquicardia, febre e inchaço até a falência múltipla dos órgãos. As bactérias geralmente se tornam cada vez mais resistentes, fazendo com que os medicamentos antigos se tornem obsoletos e rapidamente deixam de interessar à indústria farmacêutica.

“Não existe mercado viável para novos antibióticos. O retorno financeiro não cobre os custos do seu desenvolvimento, produção e distribuição. Como resultado, as principais empresas farmacêuticas recuaram no desenvolvimento de antibióticos”, diz o relatório.

Nelson Mussolini. Foto: divulgação

No Brasil, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) tem reforçado a necessidade de investimento estatal para “frear o avanço das superbactérias”. O presidente executivo da entidade, Nelson Mussolini, comemorou o relançamento do Geceis, o Complexo Econômico e Industrial da Saúde que pretende produzir no Brasil 70% da matéria-prima de novos medicamentos.

A OMS estima que a partir do ano 2050 a resistência aos antibióticos deve matar 10 milhões de pessoas por ano. Se isso ocorrer, o numero de óbitos vai ultrapassar os 8,2 milhões de pessoas que morrem anualmente por algum tipo de câncer.

Foto: divulgação
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