Aumentou o número de casos confirmados de Febre do Oropouche em Santa Catarina, desde o início dos primeiros registros, em abril de 2024. Uma nota, divulgada nesta terça-feira (2) pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), revela que o Estado já tem 137 registros em diversas cidades.
O comunicado serve de alerta para os catarinenses. A Secretaria de Estado da Saúde garante que uma série de ações complementares serão desenvolvidas pelas Secretarias Municipais de Saúde em conjunto com o Governo do Estado.
Como, por exemplo, sistematizar as informações dos casos suspeitos e confirmados (deslocamentos, sintomas, quadro clínico) e fazer a coleta de vetores para levantamento entomológico.
Além disso, o encaminhamento de amostras de outros pacientes para testagem pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina. Tudo isso com o objetivo de fortalecer a vigilância da doença.
Sinais e sintomas da Febre do Oropouche
Primeiramente, os casos iniciais de Febre do Oropouche em Santa Catarina foram confirmados no final do mês de abril deste ano. Em meio à epidemia de dengue, a população catarinense se viu preocupada com mais uma doença transmitida por um mosquito.
Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento da rede municipal de saúde.
Confira abaixo a lista de cidades catarinenses com casos confirmados de Febre do Oropouche:
Cidade | Casos confirmados |
Antônio Carlos | 2 |
Benedito Novo | 1 |
Blumenau | 8 |
Botuverá | 35 |
Brusque | 7 |
Corupá | 3 |
Guabiruba | 1 |
Guaramirim | 1 |
Ilhota | 5 |
Jaraguá do Sul | 1 |
Luiz Alves | 64 |
São Martinho | 1 |
Schroeder | 6 |
Tijucas | 2 |
Total | 137 |
O que é a Febre Oropouche?
De acordo com o Ministério da Saúde, a Febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmiti do porartrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae, conhecido popularmente como maruim.
O Orthobunyavirus oropoucheense foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).
Transmissão
A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.
Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:
- Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
- Ciclo Urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, pode ocasionalmente transmitir o vírus também.
Prevenção
Recomenda-se:
- Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível.
- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele.
- Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
- Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.