
A Polícia Científica identificou a pessoa em situação de rua que morreu no final da manhã de terça-feira (29), em São José, na Grande Florianópolis. Trata-se de Amauri Silveira dos Santos, de 55 anos. Ele foi encontrado sem vida na calçada em frente a um supermercado, na avenida Leoberto Leal, a principal via do bairro Barreiros. De acordo com a Polícia Militar, não havia sinais de violência, e Amauri provavelmente morreu de causas naturais. No entanto, exames mais minuciosos da perícia ainda vão determinar o que provocou o óbito.
Um outro homem em situação de rua, Antônio Deoclécio de Oliveira Vieira, contou aos policiais que conhecia Amauri. De acordo com ele, no final da tarde de segunda-feira, poucas horas antes de ser encontrado sem vida, Amauri foi abordado por garis que coletam o lixo na avenida. Os servidores informaram que os dois não poderiam permanecer naquele local para dormir. No entanto, pouco depois eles se recolheram sobre um papelão e pegaram no sono.
Pela manhã, Deoclécio foi até um estabelecimento para pedir café, e perguntou se Amauri queria algo. O amigo respondeu que queria apenas água, mas apresentava uma tremedeira nas mãos que lhe chamou a atenção.
Situação de rua
Pouco depois, Deoclécio percebeu que Amauri estava deitado e frio, e pediu por ajuda. Comerciantes então acionaram a Polícia pelo 190. Os agentes encontraram documentos nos bolsos de Amauri e acionaram o SVO (sistema de verificação de óbito), que mais tarde solicitou os serviços da Funerária Nossa Senhora de Nazaré.
Amauri era natural de Erechim, no Rio Gande do Sul, e vivia há quatro anos em São José. No entanto, desde que se separou da mulher por problemas com o alcoolismo, passou a poucos dias a viver nas ruas. O corpo foi levado para sua cidade natal, onde será sepultado.
Procurada pela reportagem do Guararema News, a a Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de São José emitiu uma nota na manhã desta quarta-feira (30). De acordo com o setor, não há nenhum registro de qualquer atendimento público prestado a Amauri nos Serviços de Acolhimento Institucional, Abordagem Social, Centro Pop e Pernoite, assim como os outros serviços do Sistema Único de Assistência a nível municipal.
Nota da Prefeitura
“Acredita-se que a pessoa em questão seja oriunda de outro município, uma vez que não há histórico de atendimento pelos serviços de São José. Cabe esclarecer que, quando uma pessoa em situação de rua é abordada e se recusa a ser acolhida, e não está cometendo nenhum crime ou colocando a própria integridade em risco, a legislação não permite que seja retirada compulsoriamente das ruas.
Em casos de pessoas sem familiares identificados que venham a óbito, o Município aciona o serviço de auxílio funeral para garantir um encaminhamento digno.
A Secretaria reforça que as equipes de abordagem social estão atentas e atuam diariamente para oferecer suporte, acolhimento e encaminhamento adequado a todas as pessoas em situação de vulnerabilidade no município”, conclui a nota.