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Estudo realizado em SC revela perigos ocultos dos cigarros eletrônicos

Produtos encontrados causam efeitos cardiovasculares e dependência

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Estudo realizado em SC revela perigos ocultos dos cigarros eletrônicos
Foto: Divulgação / Polícia Científica de SC

Um estudo realizado pela Polícia Científica de Santa Catarina (PCISC), em conjunto com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), revela os perigos associados aos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs). Eles também são conhecidos como cigarros eletrônicos, vapes ou pods.

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Embora haja uma proibição desses dispositivos no Brasil, pois a Anvisa impede sua fabricação e comercialização, o uso tem aumentado, especialmente entre os jovens. De acordo com pesquisas, um em cada cinco jovens entre 18 e 24 anos já experimentou. Na faixa de 13 a 17 anos, 17% já tiveram contato.

Resultados do estudo

O estudo, apresentado no Congresso Brasileiro de Toxicologia, focou na análise química de amostras apreendidas em Joinville. Utilizando técnicas como Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas (GC-MS), foram examinadas amostras de três marcas distintas de cigarros eletrônicos.

Por fim, os resultados mostraram a presença de octodrina, uma substância estimulante do sistema nervoso central não declarada nas embalagens dos produtos. Também conhecida como dimetilhexilamina (DMHA), a octodrina possui propriedades semelhantes às anfetaminas. Ela apresenta riscos significativos à saúde, incluindo efeitos adversos cardiovasculares e potencial para dependência.

A detecção dessa substância em todas as amostras analisadas levanta preocupações quanto à falta de transparência na composição dos cigarros eletrônicos disponíveis no mercado clandestino. Os achados alertam para o risco ainda maior do consumo desse tipo de dispositivo.

Para a perita criminal bioquímica Gisele Parabocz, uma das responsáveis pela análise, “a investigação detalhada desses produtos em Santa Catarina é essencial para entender melhor os riscos associados ao seu consumo. Também serve para embasar políticas públicas de saúde mais eficazes. Ela enfatiza a importância da fiscalização rigorosa desses produtos irregulares”.

Em conclusão, este estudo colaborativo entre a Polícia Científica de Sanda Catarina e a UFSC destaca o papel da ciência forense na identificação e mitigação dos riscos à saúde pública. Projetos futuros estão planejados para expandir a pesquisa. Incluindo uma maior diversidade de amostras, visando fornecer mais insights sobre a composição química dos cigarros eletrônicos e seus potenciais efeitos adversos.

“Este tipo de estudo é muito importante e mostra o alto valor da colaboração entre a Polícia Científica e a comunidade científica, enfatizando que essa é também uma das atribuições da PCISC”, destaca a perita-geral Andressa Boer Fronza.

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