
A partir de agosto, Balneário Camboriú dará início à soltura de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, bactéria que impede a transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya. A iniciativa, inédita na cidade, faz parte do Método Wolbachia, tecnologia reconhecida e recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ao introduzir a Wolbachia nos mosquitos, os pesquisadores evitam que os vírus se desenvolvam em seu organismo. Como resultado, o mosquito perde a capacidade de transmitir as arboviroses. Esse método já demonstrou alta eficácia em cidades como Niterói (RJ), onde os casos de dengue caíram até 70%.
A estratégia integra uma ação nacional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde e a empresa Wolbito do Brasil. Balneário Camboriú foi uma das cidades selecionadas e, desde janeiro, técnicos da Vigilância Ambiental trabalham na preparação da operação. Eles mapearam as áreas prioritárias e capacitaram os agentes locais.
“Nós atuamos desde o início com apoio da Fiocruz, do Ministério e da Wolbito para garantir que tudo seja feito com segurança e eficiência”, afirma o diretor da Vigilância Ambiental, David Cruz.
Além disso, a Secretaria de Saúde intensificou, neste mês, a divulgação sobre o projeto. Equipes estão distribuindo materiais informativos para esclarecer como o método funciona. “Queremos que a população entenda o impacto positivo dessa tecnologia e participe desse avanço”, destaca a secretária de Saúde, Aline Leal.
O CEO da Wolbito, Luciano Moreira, reforça que a tecnologia é fruto de mais de uma década de pesquisa. “O que levamos a Balneário Camboriú tem base científica robusta e já apresentou resultados expressivos em diversos países”, explica.
População deve manter os cuidados
Apesar da chegada dos Wolbitos, a Secretaria de Saúde alerta que os cuidados tradicionais contra o mosquito continuam sendo fundamentais. É importante eliminar criadouros e colaborar com os agentes de endemias, já que os mosquitos com Wolbachia são idênticos aos comuns.
Portanto, além da inovação científica, o sucesso do projeto depende da conscientização da população. A tecnologia é segura, não envolve modificação genética e não oferece riscos ao meio ambiente — mas a prevenção diária ainda é essencial.