Cidade de SC infestada de maruim confirma primeiro caso de Oropuche

Luiz Alves, localizada no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, e que decretou estado de emergência devido à infestação do inseto maruim, confirmou o primeiro caso de febre de Oropouche. Esta doença pode ser transmitida por esse tipo específico de mosquito.

O comunicado foi feito pela prefeitura nesta sexta-feira (3). O estado registrou pela primeira vez em sua história casos de febre de Oropouche em 26 de abril, afetando três pacientes em Botuverá, também situada no Vale do Itajaí.

Em Luiz Alves, a confirmação do diagnóstico ocorreu pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). 

A prefeitura, em comunicado, informou que “as equipes de saúde estão empenhadas em estabelecer protocolos de atendimento e investigação da doença” e que “novas medidas devem ser implementadas nos próximos dias”.

Além disso, destacou que continua monitorando a situação da enfermidade na cidade. Até o momento desta notícia, não foram divulgadas informações sobre o paciente que testou positivo.

O que é a febre de Oropouche?

A doença apresenta sintomas semelhantes aos da dengue e é transmitida por mosquitos, principalmente o Culicoides paraensis, conhecido como maruim e responsável pelo estado de emergência em Luiz Alves, e o Culex quinquefasciatus, popularmente chamado de pernilongo.

Esses insetos se reproduzem em locais com matéria orgânica, ao contrário do Aedes aegypti, que necessita de água parada, tornando o controle populacional desses mosquitos mais desafiador.

Na ocasião da confirmação dos casos em Botuverá, o diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), João Augusto Fuck, orientou que “as pessoas mantenham seus quintais limpos, adotem medidas de proteção individual, como telas em janelas e uso de repelente, a fim de evitar a picada do mosquito”.

Segundo o Ministério da Saúde, a febre de Oropouche é causada por um arbovírus.

Os sintomas são parecidos com os da dengue e da febre de chikungunya. São eles: 

• dor de cabeça
• dor muscular
• dor nas articulações
• náusea
• diarreia

Não existe tratamento específico para a doença. Os pacientes devem manter repouso, tratar os sintomas e receber acompanhamento da rede municipal de saúde, conforme recomendação da Dive.

A enfermidade foi observada pela primeira vez no Brasil em 1960 e costumava ser mais comum no Norte do país, conforme mencionado pelo diretor da Dive/SC.