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Álcool líquido terá venda proibida a partir do dia 29

Supermercados insistem na venda do produto

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Álcool líquido terá venda proibida a partir do dia 29
álcool líquido volta a ser proibido. Foto: divulgação

A comercialização do álcool líquido, que teve liberação no início da pandemia da Covid, vai voltar a ser proibida a partir do dia 29 de abril. A data foi estipulada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A partir desse dia, a disponibilidade será apenas em outras formas físicas, como gel, lenço impregnado, aerossol.

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De acordo com a ANVS, acidentes domésticos com álcool fazem milhares de vítimas a cada ano no país. Diante da situação alarmante, o Poder Público proibiu, desde 2002, a venda de álcool líquido com percentual igual ou superior a 54 GL em estabelecimentos comerciais como supermercados e farmácias.

A medida, no entanto, foi temporariamente revogada, em 2020. Por conta da pandemia de covid-19, uma vez que, na época, o álcool usado para a higienização de mãos e objetos. Isso ajudava a evitar a disseminação do vírus.

De acordo com o Ministério da Saúde, há registros de cerca de 150 mil internações por ano, em decorrência de queimaduras. Com base em levantamentos e consultas com participação da sociedade, a  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se posiciona. Para ela, em geral, a situação mais perigosa em queimaduras está relacionada ao uso do álcool no momento em que as pessoas acendem churrasqueiras e fogueiras.

“No gerenciamento de risco sempre se considera vários fatores para se avaliar o potencial perigo de um produto para o ser humano. No caso do álcool, um desses fatores é a facilidade de espalhamento do produto antes e durante a combustão quando em estado líquido. O que é inversamente proporcional quando com viscosidade. Assim, quando há acidente com o álcool na forma física líquida, a extensão e o dano à pele são grandes”, informou a agência.

Supermercados querem vender

Retirar álcool líquido das prateleiras de supermercados recebeu críticas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A entidade reivindica, junto à Anvisa, uma revisão à medida. Isso sob o argumento de que “o consumidor já se acostumou a comprar [o produto] não só em farmácias, mas em supermercados de todo o Brasil”.

Segundo a Abras, “a proibição da comercialização retirará do consumidor o acesso ao produto de melhor relação custo-benefício, comprovadamente eficaz nos cuidados com a saúde. E também na sanitização de ambientes e na proteção contra doenças, incluindo a covid-19”.

Em nota, o vice presidente da entidade, Marcio Milan, argumenta que “os consumidores se adaptaram e adotaram a prática comum de comprar álcool líquido 70% para higienização de ambientes em casa e no trabalho. Isso porque o setor supermercadista fez uma campanha de orientação e esclarecimentos que proporcionaram um comportamento sensato e seguro destes sanitizantes. E sem o registro de contingência ou acidentes desde a liberação da comercialização pela Agência em 2022”.

A Abras acrescenta que, desde a autorização da Anvisa em 2022, se comercializou no Brasil mais de 64 milhões de unidades de álcool líquido 70% pelos supermercados. “O setor observa que o consumidor mantém a preferência pelo álcool 70% na forma líquida por não deixar resíduos em móveis e objetos”, diz ele.

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