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Mulher que perseguiu dentista em SC é internada após descumprir medidas

Priscila chegou a ser presa em fevereiro, mas foi solta em julho

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Mulher que perseguiu dentista em SC é internada após descumprir medidas
Fotos: divulgação

A Justiça de Santa Catarina determinou que a uruguaia Priscila Szlacta, de 29 nos, seja novamente internada num hospital psiquiátrico. Em fevereiro deste ano, ela foi parar nos noticiários em todo o Brasil após ser presa por perseguir um dentista, na cidade de Itapema, no litoral Norte Catarinense. Priscila estava em liberdade, mas acabou desobedecendo as medidas cautelares determinadas do juiz, e voltou a postar videos nas suas redes sociais dirigidos à vítima.

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  • A Polícia divulgou vídeos extraídos das redes sociais de Priscila, e em seguida imagens da condução dela ao Hospital. Confira:

Na manhã desta quinta-feira (7), policiais civis estiveram na casa de Priscila para cumprir com a ordem judicial. Algemada, ela foi conduzida até uma instituição de saúde mental.

De acordo com as investigações, Priscila perseguiu o dentista por cinco anos, até ser presa pela primeira vez, em fevereiro. No entanto, foi solta em julho, na condição, de não voltar a cometer o crime, tipificado como “stalker”.

O delegado Rafael Lorencetti, responsável por cumprir o mandado de internação, informou que a mulher também ameaçou nos vídeos de forma genérica pessoas envolvidas no processo que trata o caso. Os detalhes das ameaças não foram informados.

Em uma das publicações em que se dirigiu ao médico, Daiane escreveu: “Amor da minha vida, que dispensa precisar nomear, porque todos já sabem quem é. É! Eu sou doente mental de tanto amor, dentro da minha perfeita saúde mental, física e espiritual. Te amo, e sempre irei amar, FC!”.

Em outra, afirmou na legenda de um vídeo: “Cuidando da minha saúde para garantir nosso futuro com nossos filhos… FC”.

As investigações constataram que a mulher conheceu o dentista Felipe Cordeiro em uma consulta em 2019 e, desde então, passou a persegui-lo, o que caracterizou o crime conhecido como “Stalking”. Nos últimos anos, também ameaçou o profissional e a companheira dele de morte.

Priscila foi submetida a um laudo de sanidade mental que diagnosticou Transtorno Psicótico não orgânico não especificado. Com base nesse diagnóstico, foi considerada “incapaz de compreender o caráter ilícito de seus atos” e recebeu absolvição imprópria que lhe impôs uma série de medidas de segurança.

Com o descumprimento das regras, o direito de recorrer em liberdade foi revogado e ela deverá ficar internada por, no mínimo, um ano.

Segundo a investigação, ela enviava mensagens com injúrias e ameaças às vítimas, usando, inclusive, celulares de outras pessoas e contas de e-mails falsas. Depois, passou a monitorar endereços de residência, trabalho e locais de lazer, como restaurantes, do casal.

A mulher foi ao prédio onde o casal reside ao menos duas vezes, uma em 2023 e outra em 2024. Na primeira ocasião, bateu na porta por meia hora, até a Polícia Militar chegar.

O que é stalking?

O termo “stalkear” muitas vezes parece banal, utilizado para se referir a prática de bisbilhotar os posts de pessoas. A curiosidade, por si só, não configura nenhum tipo crime. O delito ocorre quando isso passa a influenciar na vida de quem é acompanhado.

“O que caracteriza o crime é quando há uma ameaça à integridade física ou psicológica da pessoa, restringindo uma capacidade de se locomover ou perturbando a liberdade ou a privacidade do alvo”, explicou Nayara Caetano Borlina Duque, delegada da DCCIBER.