Não tem shows nesse fim de semana. Pelo menos, não que seja de conhecimento geral. Nada que seja divulgado. Nada grandioso. Nada que valha a pena sair de casa. E diante dessa situação, refleti sobre o que estaria acontecendo.
Não é novidade nessa coluna o assunto relacionado às bilheterias de shows. Há algum tempo, Ludmilla cancelou boa parte da sua agenda por conta da baixa procura por ingressos. Leo Santana, por sua vez, havia dito que aconteceriam mais situações semelhantes a essa, agora envolvendo outros artistas. Mantenho o posicionamento feito àquele episódio em específico. A procura baixou, obviamente, pelos valores exorbitantes para acabar vendo mais do mesmo. O diferente vende.
Talvez Fernando & Sorocaba discordem dessa opinião, tendo em vista que o show da dupla em Pomerode fora, segundo burburinhos, uma surpresa negativa no quesito venda de ingressos. Posso arriscar dizer que a falha na divulgação pode ter sido um fator importante para tal, uma vez que não ouviu-se falar do show por aí. E convenhamos que um show dessa magnitude deveria ser anunciado aos quatro cantos. Mas, nem tchum.
Agora, Zé Neto & Cristiano cancelam TODOS os shows pelos próximos noventa dias devido a um tratamento de depressão e síndrome aguda do pânico a ser realizado pelo primeira voz, Zé Neto. Esse caso já não surpreende também, afinal, não é de hoje que a dupla precisa pausar a agenda por questões de saúde. Inclusive, há poucos anos, durante um show em Porto Belo, no litoral catarinense, o cantor teve uma crise severa minutos antes de subir no palco.
Seu estado era tão crítico que se recusou a atender qualquer pessoa no camarim, desde entrevistas até fãs, atrasou o show (muito!) e, por fim, mesmo que discretamente, correu para um cantinho para chorar com a esposa, a influencer Natália Toscano, depois de já ter subido no palco. O boato que corre por aí, na verdade, contradiz essa história, mas aí é um assunto para outro dia – mas guardem essa informação!
Mesmo que sejam casos isolados, a verdade, no fim das contas, é que o mundo da música tem sofrido com as mudanças de comportamento dos consumidores, especialmente do ramo sertanejo. O público não quer mais pagar caro para ver uma horinha de show e que, muitas e muitas vezes, não entregam nada além da música. As pessoas pagam por uma experiência diferente, porque se for só para ouvir música, ela abre o YouTube e assiste no conforto do próprio lar, isto é, sem roça-roça.
Os contratantes, por sua vez, se veem mais desafiados perante esse cenário, tendo em vista que o valor do cachê dos artistas é igual ao preço da gasolina: só aumenta – cachê este que deve ser pago sem contar muito com a bilheteria, já que a venda de ingressos têm sido um fracasso (sem excessões!). A pergunta é: COMO?
Seria cômico se não fosse trágico lembrar do diálogo de Gru, protagonista do filme “Meu Malvado Favorito”, com os minions, quando reunião a equipe para dizer que não iriam mais à lua:
-Em relação ao dinheiro: não temos dinheiro. Então como vamos chegar à lua? A resposta é simples: não vamos!
Entendam como quiserem.