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Mesmo com a pressão de parlamentares, Motta não deve pautar a anistia

Apesar de alcançar 257 assinaturas de deputados, o avanço no Senado é incerto

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Mesmo com a pressão de parlamentares, Motta não deve pautar a anistia
Foto: Divulgação

Em diálogo com o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), não deve pautar neste momento o Projeto de Lei (PL) da Anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro.

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Hugo Motta deve continuar ao menos por ora, a negociação com integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do governo Lula em busca de alternativas ao texto. Esse movimento do presidente da Câmara acontece mesmo com o alcance dos apoios necessários para a urgência e a pressão dos bolsonaristas.

Líderes confirmam que o presidente da Câmara iniciou esses diálogos, há algumas semanas, a fim de encontrar uma saída. Desde a campanha ao comando da Câmara, Motta sempre defendeu que pautas polêmicas não seriam uma prioridade para ele.

Apesar de alcançar 257 assinaturas de deputados, o avanço no Senado é incerto. Motta avalia que se der andamento a pauta, pode acontecer uma divisão da sociedade e do Congresso em relação ao tema da anistia.

As últimas duas pesquisas divulgadas sobre o tema, da Quaest e do Datafolha, mostraram que 56% da população é contrária à anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro.

Um dos impasses que envolve o projeto é justamente o alcance da anistia. De acordo com o texto, a anistia abrangeria todos os envolvidos e nesse cenário, um dos beneficiários poderia ser o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e generais de alta patente.

Sem a instalação da comissão especial, para onde era previsto que o texto fosse depois de sair da CCJ, não existe um relator. Dessa forma, sem um relator com parecer sobre qual será o alcance da medida, deputados assinaram a urgência de uma proposta que ainda não tem um texto definido.