
O ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos. A informação foi confirmada pelo presidente Yamandú Orsi. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Em abril de 2024, Mujica revelou durante uma coletiva de imprensa ter sido diagnosticado com tumor no esôfago ao fazer um check-up. O ex-presidente já lidava com uma doença autoimune, que afetava seus rins. Nesta segunda-feira (12), um dia antes da morte, a exposa de Mujica, Lucía Topolanski, informou que seu marido vivia a fase terminal de um câncer no esôfago. Mujica comandou o Uruguai entre 2010 e 2015.
Orsi foi apadrinhado de Pepe Mujica. Ele declarou em uma entrevista no domingo (11), para o jornal argentino Tiempo, que o ex-presidente atravessava “um momento crítico de saúde”. “Estamos tentando protegê-lo e impedi-lo de fazer coisas que possam prejudicá-lo. Algumas das ações recentes parecem tê-lo afetado”, disse Orsi à imprensa.
Durante seus anos de juventude na década de 1960, Mujica foi membro do Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros, um grupo guerrilheiro de extrema esquerda inspirado na Revolução Cubana.
Na guerrilha, coparticipou do episódio conhecido como Tomada de Pando, ocorrido em 8 de outubro de 1969, quando os tupamaros tomaram a delegacia de polícia, o quartel do corpo de bombeiros, a central telefônica e vários bancos da cidade de Pando, situada a 32 quilômetros de Montevidéu.
Em 1972, foi preso e aprisionado junto a grande parte dos membros do grupo. Após a instauração da ditadura civil-militar no ano seguinte, 1973, foi um dos “reféns” que foram usados para ameaçar a organização de não retomar as atividades. Ao longo de sua carreira, se consolidou como um dos grandes nomes de esquerda na política mundial.