O presidente Luiz Inácio da Lula da Silva vai passar por um novo procedimento cirúrgico para interromper o fluxo de sangue em uma região de seu cérebro e impedir novos sangramentos como o que ele sofreu nesta semana. O procedimento está agendado para esta quinta-feira (12), às 10h.
Além disso, uma fonte próxima da médica que acompanha o presidente, no entanto, informou que o procedimento que os médicos farão em Lula não se pode considerar como uma cirurgia, mas um cateterismo de microvaso. Trata-se, segundo os médicos, da cauterização da artéria meningéia média, a principal arteria que faz a nutrição do cérebro.
Lula se submeterá a uma embolização das artérias meníngeas. Elas irrigam as meninges, que são membranas que revestem o sistema nervoso central. A técnica se usa no tratamento de hematomas subdurais crônicos, que se formam com o acúmulo de sangue entre o cérebro e o osso do crânio.
Ela interrompe o fluxo de sangue do local desejado. Se considera minimamente invasiva e recomendada para pacientes neurologicamente estáveis. Além disso, por meio de um cateter, o cirurgião injeta material que obstrui a artéria e bloqueia o fluxo sanguíneo.
Novos exames
A expectativa é a de que, com isso, novos sangramentos não voltem a se repetir, minimizando os riscos para Lula. O presidente sentiu fortes dores de cabeça na noite de segunda (9) e, depois dos exames que fez no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, se transferiu para a unidade de São Paulo para uma cirurgia de emergência. Após o procedimento, foi para a UTI, onde segue em observação.
De acordo com boletim divulgado no fim da manhã desta quarta, o presidente está “lúcido, orientado, conversando e passou a noite bem”. O texto seguia afirmando que Lula seguia com dreno no cérebro e aguardando para fazer novos exames durante o dia.
Lula foi submetido há dois dias a uma craniotomia para drenagem de hematoma, que foi bem sucedida, segundo boletim médico divulgado pela instituição. Ele foi atendido pelos médicos Roberto Kalil Filho e o neurocirurgião Marcos Stavale, e está agora sob cuidados da infectologista Ana Helena Germoglio.
Seu último compromisso de trabalho foi uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Faria exames apenas na manhã de terça (10), mas as dores anteciparam a ida ao hospital. Além disso, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, o acompanhou em todos os momentos.