Nesta quinta-feira (21), o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, se apresenta diante do ministro Alexandre de Moraes. A audiência acontecerá a partir das 14h, no Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador-geral da República, Paulo Gonet, estará presente.
Cid é uma das principais peças na investigação da tentativa de golpe encabeçada por Bolsonaro, integrantes de seu governo e aliados. Ele deverá se apresentar ao relator do inquérito, Alexandre de Moraes, para esclarecer as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal (PF), durante depoimento prestado na terça-feira (19).
Ele corre o risco de perder os benefícios da delação premiada, porém a decisão de manter ou não caberá ao ministro Alexandre de Moraes. Caso a colaboração seja cancelada, ele poderá ter a prisão determinada novamente no fim da audiência.
Mesmo diante do cancelamento, as provas e informações prestadas seguem válidas para o inquérito. Contudo, o inquérito deverá ser concluído nesta semana e com o depoimento de Cid sendo uma das últimas audições.
Relato do militar na delação
Mauro Cid teria declarado na delação que sabia sobre a trama para tentar manter Jair Bolsonaro na Presidência, mas que nunca soube de um planejamento envolvendo o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes.
Entretanto, a Polícia Federal recuperou mensagens que indicam que o militar sabia sobre o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes. Agora, Cid precisará explicar o contexto das mensagens que a PF aponta como comprovação de que tinha conhecimento do plano.
O militar no contexto das apurações
Cid estava preso desde o dia 3 maio do mesmo ano, depois de ser alvo de investigação que apura a inserção de dados falsos nos cartões de vacina do ex-presidente. Contudo, após firmar o acordo de delação premiada, em 9 de setembro de 2023, ganhou liberdade.
Ele chegou a ser preso novamente em março de 2024 após o vazamento de áudios onde ele critica a atuação de Alexandre de Moraes e da Polícia Federal, mas foi solto em maio. Após deixar a prisão, Cid ficou obrigado a usar tornozeleira eletrônica.
Além disso, ele deve cumprir recolhimento domiciliar noturno, comparecimento semanal à Justiça. Ele está proibido de deixar o país; usar redes sociais; e se comunicar com os demais investigados, com exceção de sua esposa, filha e pai.