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Filha de deputado que comparou mulheres a vacas é encontrada morta

Raquel Cattani, de 26 anos, é filha de Gilberto Cattani, discípulo de Olavo de Carvalho

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Filha de deputado que comparou mulheres a vacas é encontrada morta
Gilberto e a filha Raquel. Foto: divulgação

A Polícia Civil do Mato Grosso confirmou que foi encontrado na manhã desta sexta-feira (19) o corpo da estudante Raquel Cattani, de 26 anos, filha do deputado estadual mato-grossense Gilberto Cattani (PL). A informação foi confirmada pelo Governo do Estado a partir de uma nota lamentando a morte.

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“Recebemos a notícia da morte da filha do nosso amigo Cattani e imediatamente determinei que nossas forças de segurança atuem para esclarecer o que ocorreu”, disse o governador Mauro Mendes (União Brasil).

Conforme a Polícia Civil, a equipes da Delegacia Municipal e da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Nova Mutum já seguiram para a região do Pontal do Marapé, zona rural da cidade de Nova Mutum, onde o corpo da jovem foi encontrado. Até o momento, ainda não há informações sobre a causa da morte.

Gilberto Cattani tem 52 anos, e exerce seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa do Mato Grosso. Há mais de 20 anos atua como pequeno produtor de leite. Deu seus primeiros passos na política utilizando a internet, com poucos recursos e de forma espontânea, com vídeos opinativos em suas redes sociais.

Processos e tentativa de cassação

Em 2022, o MPMT (Ministério Público de Mato Grosso) pediu investigação contra o político por postar foto de uma criança segurando arma de fogo — ele disse que seria uma “arma de brinquedo”

No ano passado, Gilberto se notabilizou por comparar, na Tribuna da Assembleia, a gestação de mulheres com a de vacas, e se tornou por isso alvo de um pedido de cassação de seu mandato.  

Discípulo do filósofo Olavo de Carvalho e fiel seguidor do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, Cattani é casado e tem outros dois filhos, além de Raquel.

Foi eleito em 2022 com 44.705 votos, quase quatro vezes a mais de sua primeira disputa de eleição, em 2018, quando ficou como suplente. Em 2020, publicou o livro “A Socialização da Reforma Agrária e a Distribuição da Miséria”, que expõe o contraponto do modelo antigo de reforma agrária responsável por desenvolver regiões inteiras, usado durante o período militar e pelo Governo de Jair Bolsonaro, com a entrega de títulos de propriedades e o sistema aplicado desde a chamada ‘redemocratização’, quando a reforma agrária passou por um processo de socialização, ou seja, a transformação para o regime socialista implantado por três décadas pelos governos de esquerda, sem a entrega de títulos.

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