O ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, morreu nesta segunda-feira (12), aos 96 anos, em São Paulo. Ele estava internado havia uma semana no Hospital Israelita Albert Einstein, em decorrência de complicações no seu quadro de saúde.
Economista e professor, Antônio Delfim Netto nasceu no bairro do Cambuci, em São Paulo, descendente de imigrantes italianos. Sua vida profissional, entretanto, começou como auxiliar de escritório na Indústria Gessy do Brasil.
Como estudante, trabalhou primeiramente no Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo. Na vida pública, posteriormente, elegeu-se deputado por cinco vezes consecutivas e atuou como professor universitário na USP, nas Faculdades de Economia, Administração e Contabilidade.
Ditadura e Ministério da Fazenda
Delfim Netto teve grande relevância nos anos da Ditadura no Brasil. Foi ministro da Fazenda dos governos militares de Costa e Silva (1967-1969) e Médici (1969-1973), e ministro da Agricultura do governo Figueiredo (1979-1984).
Nessa última gestão, também atuou como secretário do Planejamento e controlou o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central. Integrou ainda o Conselho Consultivo de Planejamento do governo Castelo Branco (1964-1967).
Sua gestão no Ministério da Fazenda foi marcada por um período de desenvolvimento econômico internacional, com facilidade de empréstimos. O período, portanto, ficou conhecido no Brasil como os anos do “milagre econômico”.
Além de ministro, Delfim Netto foi embaixador brasileiro na França no governo Geisel (1974-1979), e assumiu a Secretaria de Planejamento, em 1979, com a economia em condições desfavoráveis. Os anos finais da Ditadura foram marcados pelo declínio econômico do país e pela explosão da dívida externa.
Em 1986, elegeu-se deputado pelo PDS. E, logo em seguida, em 1987, participou da Assembleia Nacional Constituinte. Foi reeleito deputado federal em 1990 e 1994 pelo PPR. Por fim, escreveu sobre política e economia para diversos veículos de comunicação do país, como Folha de S. Paulo e Carta Capital.
O ex-ministro deixa filha e neto. De acordo com sua assessoria, não haverá velório aberto e seu enterro será restrito à família.