Desde as eleições presidenciais na Venezuela, que ocorreram em julho desse ano, a tensão entre os países se arrasta e se intensificou: o Brasil vetou a Venezuela nos Brics. O veto brasileiro contra o regime Maduro é o capítulo mais recente da tensão.
Durante a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (29), Celso Amorim, assessor especial para assuntos de política externa do presidente Lula, explicou por que o Brasil vetou a Venezuela nos Brics.
De acordo com o ex-chanceler brasileiro, a Venezuela não cumpre requisitos básicos para integrar o bloco. “O Brasil não quer uma expansão indefinida, o Brasil acha que tem que ser países com influência e que possam ajudar a representar a região. E a Venezuela de hoje não preenche essas condições na nossa opinião”, disse Amorim a parlamentares presentes na reunião.
Além disso, Amorim informou que a decisão de não permitir a entrada da Venezuela nos Brics não foi ideológica, mas envolveu o mal estar diplomático recente entre o governo chavista e o Brasil.
“O Brasil concordou com Cuba e não concordou com a Venezuela porque existe esse mal estar. Eu espero que possa se dissolver a medida que as coisas lá se normalizem, os direitos humanos sejam respeitados, as eleições transcorram com normalidade, as atas apareçam, enfim, coisas desse tipo”, destacou o diplomata.
Após a cúpula dos Brics na Rússia, Maduro classificou a postura brasileira como uma “agressão” contra a Venezuela, e chegou a comparar Lula a Jair Bolsonaro (PL).