Região Grande Florianópolis

Operação Pecados Capitais prende dois líderes evangélicos em Florianópolis

Duas manifestações estão agendadas para a Capital nos próximos dias

Autor
Operação Pecados Capitais prende dois líderes evangélicos em Florianópolis
Restaurante Popular foi um dos mais prejudicados com o desvio de dinheiro. Foto: divulgação

Dois líderes evangélicos estão no centro da Operação Pecados Capitais, suspeitos de desviar dinheiro que deveria ajudar pessoas em situação de rua em Florianópolis. Um deles é Jeferson Melo, ex-secretário adjunto da Assistência Social na Prefeitura da Capital, aliado de Gean Loureiro e Topázio Neto.

PUBLICIDADE

Além disso, foi organizador da Marcha Para Jesus em 2023. Ele é alvo das investigações por atuar dentro da Prefeitura para facilitar o superfaturamento de contratos via ONGs que administram a Passarela da Cidadania e o Restaurante Popular.

O outro preso é Marcos Ramos, pastor evengélico com vínculos diretos às ONGs que administram o Restaurante Popular e a Passarela da Cidadania. Além disso, ele é suspeito de usar essas entidades para desviar dinheiro, por meio de superfaturamento de contratos e serviços.

A Polícia Civil apreendeu três veículos, dentre eles uma BMW avaliada em mais de R$ 1 milhão. A Justiça autorizou o sequestro de bens e dinheiro no valor total de R$ 3 milhões. Caso sejam condenados, os bens poderão ser usados para ressarcir os cofres públicos.

Episódios como este só são possíveis por conta das terceirizações do serviço público. Enquanto isso, as pessoas em situação de rua seguem dormindo em locais precários e inadequados, como a Passarela, que continua a receber shows e eventos durante toda a madrugada enquanto o mais necessitados estão ali à deriva.

RU da UFSC fechado pela Vigilância Sanitária

A Vigilância Sanitária de Florianópolis voltou a fechar o Restaurante Universitário da UFSC nesta quarta-feira (4). Além disso, o espaço só poderá ser aberto assim que cumprir algumas determinações dos fiscais.

O desleixo dos caquéticos que comandam a universidade é muito maior do que se imagina. São todos homens, brancos e ricos, que nunca precisaram de apoio para se alimentar.

Na UFSC, para quem não sabe, existem centenas de estudantes que só tem o RU para obter uma refeição decente. Além disso, são jovens que vieram de outras cidades e não possuem familiares em Florianópolis, nem estrutura nas suas moradias improvisadas para preparar um almoço.

Restaurante Universitário da UFSC. Foto: Divulgação

Povos indígenas

Neste sábado (7), às 11h, movimentos sociais ligados às causas indígenas promovem uma manifestação em frente ao Tticen, no Centro da Capital. Da mesma forma, o protesto se chama SOMOS TODOS GUARANI KAIOWÁ, um chamado à solidariedade e à resistência diante das inúmeras violações aos direitos dos povos indígenas, especialmente os Guarani Kaiowá.

Os manifestantes querem a demarcação de terras, pela preservação de vidas e pelo respeito às culturas originárias. Uma luta que também pertence aos não-indígenas, já que a destruição do planeta transforma todos os seres humanos em vítimas.

De acordo com os organizadores do ato, as manifestações são organizadas pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) e pala Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (ARPINSUL).

Sônia Livre

Na quarta-feira (11), outro assunto que atinge em cheio a dignidade dos catarinenses estará em pauta em mais uma manifestação no Centro de Florianópolis. O ato se chama “Sônia Livre”, e exige liberdade para a mulher negra que foi mantida por quatro décadas reclusa como empregada na família de um poderoso juiz.

Sonia nunca frequentou escola e nunca recebeu salários. Tinha comida e uma cama para dormir, muito semelhante ao que seus antepassados enfrentaram no Brasil até o final do século 19. Ou seja, condições análogas à escravidão. Os protestos vão ocorrer em frente à Alesc e Câmara de Vereadores.

Cédula de identidade

A Câmara de Vereadores da Capital, tentando ser relevante, oferece um serviço de confecção de carteiras de identidade à população. E muita gente busca esse serviço todos os dias nos balcões de atendimento, que ficam próximo à entrada principal. O setor fornece inclusive a produção da foto que a pessoa vai precisar para fazer o documento. Bacana, não?

Ocorre que apenas um tipo de pessoa não tem direito a foto. São as crianças, que também buscam pela cédula de identidade, como qualquer cidadão. Os pais precisam resolver o problema da foto fora da Câmara, pagando pelo serviço em outro lugar. A Câmara existe apenas para quem vota. E para encobrir os escândalos de corrupção da Prefeitura.