A Justiça determinou que o vereador Maikon Costa, de Florianópolis, seja reconduzido à Câmara de Vereadores, Maikon teve seu mandato cassado em março deste ano, num embróglio digno de roteiro de filme.
O suplente que assimiu em seu lugar, Bruno Becker, soube mostrar sua gratidão ao Procurador da Câmara, Antônio Chraim, que construiu os pareceres da Comissão de Ética para defenestrar Maikon. A filha de Chraim ganhou um cargo no Legislativo, com um belo salário. Nada mais lindo nessa vida do que a gratidão.
Mas nem mesmo essa teia de interesses, de toma-lá-dá-cá, foi capaz de comover a Justiça Catarinense, que negou os pedidos de reconsideração, e manteve Maikon cassado nesses cinco meses. Foi preciso uma decisão de instância superior em Brasília para devolver o mandato ao seu dono por direito, eleito no voto.
Os santinhos, e os nem tão santos
Outra atrocidade política que nos deixa perplexos nessa semana foi a intervenção da Guarda Municipal perseguindo pessoas que faziam campanha distribuindo “santinhos” no Centro de Florianópolis. Uma prática histórica, tradicional e completamente dentro da Lei Eleitoral, mas que provoca ódio e violência. Ocorre que os agentes que cometeram essa bárbarie são servidores públicos, fardados, armados. Os mesmos que não sobem o Monte Serrat para socorrer um sagui ferido, com medo da vizinhança periférica, mas que sabem espancar moradores de rua, doentes e vulneráveis.
São bandidos fardados, em defesa do maior escândalo de corrupção da história de Florianópolis. O Tribunal Regional Eleitoral que tome suas providências a partir de agora.
A CyberPC catarinense e a tragédia de Blumenau
Um trabalho de monitoramento permanente de redes sociais feito pelo CyberPC, setor da Polícia civil catarinense, detectou uma ameaça de ataque a uma escola na região de Toscana, na Itália. O governo italiano foi alertado pelas autoridades de SC e a Polícia local – os Canabinieri –m fizeram buscas na residência de um suspeito. Foram apreendidos celular, computador, canivete e soco inglês do jovem, que foi encaminhado para tratamento psicológico.
Falando em ataque a escola, será julgado no dia 29 de agosto o criminoso que matou quatro crianças numa creche em Blumenau, naquela tragédia que estarreceu todo o Brasil. Houve cadastro prévio para jornalistas cobrirem o tribunal do juri, com limite de 40 profissionais.
“A imprensa terá um espaço reservado, mas deverá seguir normas rigorosas, como a proibição de fotografar ou filmar jurados e testemunhas. Além disso, orienta-se que o nome e a imagem do acusado não sejam veiculadas, conforme recomendação de especialistas, com objetivo de não dar notoriedade ao acusado e evitar o chamado efeinto contágio”.
O trânsito na rua em frente ao fórum será bloqueado, com forte esquema de segurança.
Os especialistas que me perdoem, mas essa modernice de “não pode isso, não pode aquilo, não pode, não pode” não me deixa confortável. O jornalismo de verdade morreu, está morto.