Uma mulher que viveu na Bulgária e morreu há 30 anos voltou a ser notícia em todo o mundo nesta semana. Vangelia Gushterova, conhecida como “Baba Vanga” (vovó Vanga), era uma sensitiva que começou a fazer previsões ainda na adolescência, mas ganhou notoriedade quando seus acertos passaram a ser divulgados. Entre eles, os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos. Ela também estabeleceu a data para o fim do mundo.
Antes de morrer, Vanga deixou uma série de previsões para o futuro, entre eles o início do fim da humanidade para 2025. O processo apocalíptico se estenderia até o ano de 5.079, quando finalmente o mundo, segundo ela, acabará.
Segundo Baba Vanga, haverá um grande conflito na Europa no próximo ano, levando a uma “grande redução” da população do continente. Já em 2028, a humanidade conseguiria chegar ao planeta Vênus, onde vai encontrar novas fontes de energia. Ainda de acordo com as previsões da vidente búlgara, cinco anos depois, em 2033, o derretimento do gelo nos pólos aumentará significativamente o nível do mar.
Outras sugestões das suas profecias apontam que o comunismo regressará a todo o planeta em 2076. Além disso, haverá contato com civilizações extraterrestres em 2130. Uma seca global em 2170, uma guerra em Marte em 3005 e a destruição da Terra em 3797.
As premonições de Vanga foram documentadas por um órgão chamado Instituto do Sugestionamento, criado por Lyudmila Jivkova, filha do chefe de governo e do secretário-geral do Partido Comunista búlgaro. A vovó já havia antecipado a Segunda Guerra, a queda da União Soviética e o 11 de setembro. As palavras de Vanga não costumam narrar fatos com precisão, mas há muitos casos em que é possível relacioná-las a episódios específicos da história da humanidade.
Há ainda uma profecia aparentemente ligada à invasão russa na Ucrânia. Ela teria dito em 1979, em entrevista ao escritor russo Valentin Sidorov, estudioso de temas místicos, que a Rússia viveria um momento de glória, enquanto um homem chamado Vladimir se tornaria o “senhor do mundo”.
De acordo com os registros do instituto, Vanga também antecipou o desastre de Chernobyl, o dia da morte de Stalin e da princesa Diana, o tsunami de 2004 na Ásia, a saída do Reino Unido da União Europeia e os conflitos na Síria, no Líbano, na Nicarágua e no Chipre.
Naturalmente, Vanga também previu a data de sua própria morte, que ocorreu em 1996. Mas, antes de morrer, disse ainda que haveria uma pandemia em 2022, causada por um vírus da Sibéria. Suas previsões vão até o ano de 5.079, sempre marcadas por imagens e pela mística ortodoxa cristã.
Estudos e filmes
Em 2011, foi feita uma tentativa de resumir sistematicamente o conhecimento existente sobre Vanga no documentário Vanga: The Visible and Invisible World. Vários pesquisadores estudaram o fenômeno de Vanga na tentativa de estabelecer se ela tinha alguma capacidade extraordinária. Um dos primeiros estudos foi iniciado pelo governo búlgaro e é descrito no filme Fenomen, dirigido por Nevena Tosheva. Psiquiatras búlgaros e Georgi Lozanov também estudaram as capacidades do Vanga. De acordo com Jeffrey Mishlove, cerca de 80% das previsões se revelaram precisas.
Além disso, um livro foi escrito sobre ela pelo escritor e publicitário russo Andrei Kudin, que escreveu vários livros sobre a história da Bulgária e da China.
As previsões da suposta clarividente, ao lado das especulações políticas e críticas ao redor do tema, continuam a aparecer na mídia em diferentes países e em diferentes línguas.