Vídeo: radialista é ameaçado por procurador-geral de prefeitura catarinense

O apresentador e radialista Wilson Lima da rádio Band FM Itajaí divulgou um vídeo nas redes sociais, acusando o procurador-geral da Prefeitura de Itajaí, Gaspar Laus, de ameaçá-lo. O servidor, que também é presidente do diretório do MDB da cidade, supostamente fez as ameaças na prefeitura de Itajaí nesta quarta-feira (3).

Em sua postagem nas redes sociais, Wilson afirmou que estava na prefeitura quando Gaspar o abordou e fez várias ameaças. O conflito surgiu após o ex-secretário de Gestão da cidade, Jean Sestrem, dar uma entrevista à emissora em abril, na qual acusou Gaspar Laus de interferir em uma investigação interna envolvendo uma empresa prestadora de serviços da cidade. Os colunistas Marcelo Lula e Murilo José repercutiram as denúncias no portal Guararema News.

Na época, a prefeitura negou qualquer interferência no processo investigativo, mas exonerou Jean Sestrem dias após a entrevista concedida ao radialista. Wilson Lima informou que iria registrar um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil e acionar a Ordem dos Advogados do Brasil sobre a atitude do servidor.

Confira o vídeo com a denuncia:

Procurador nega ameaças

Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, Gaspar Laus negou ter ameaçado o radialista. “Eu apenas pedi para ele não citar mais o meu nome na rádio dele”, afirmou o procurador-geral.

Laus justificou-se, dizendo que em 42 anos de trabalho na cidade, jamais fez qualquer tipo de ameaça e que sempre respeitou o trabalho da imprensa.

Confira o contraponto do procurador-geral de Itajaí:

Em contato com o portal Guararema News, Gaspar Laus declarou, ainda assim, que após as entrevistas do ex-secretário Jean Sestrem, seu nome vinha sendo constantemente citado na emissora de rádio com adjetivos pejorativos, com a intenção de denegrir, ofender ou insultar sua pessoa.

Acaert repudia as ameaças

A Associação Catarinense de emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) emitiu nota oficial sobre o fato. Conforme o texto a entidade destaca que “repudia veemente toda e qualquer ameaça física ou moral contra um profissional de imprensa em pleno direito do seu exercício profissional” e “condena a ameaça feita por agente público que deveria atuar em favor dos cidadãos e pelos interesses do município. Que sua atitude seja comprovada e punida pelas autoridades responsáveis“.

A nota assinada pelo presidente da Acaert, Fábio Bigolin, do mesmo modo, diz que a Acaert é solidária ao radialista, equipe e diretores da emissora. A entidade pede que todos os fatos sejam esclarecidos e que a denuncia seja apurada na forma da lei e os responsáveis sejam punidos exemplarmente.

Por fim, “a ACAERT não abre mão da defesa da liberdade de imprensa e expressão, como forma de garantir a solidez dos alicerces do Estado de Direito e Democrático“.