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Tragédia no Rio Grande do Sul entra para a lista de maiores do país

Quase 100 vidas perdidas devido às intensas chuvas

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Tragédia no Rio Grande do Sul entra para a lista de maiores do país
Foto: Divulgação - Defesa Civil - RS

O Rio Grande do Sul enfrenta um dos momentos mais sombrios de sua história, aproximando-se da triste marca das maiores tragédias climáticas já registradas no Brasil. Com quase 100 vidas perdidas devido às intensas chuvas que atingem 401 municípios, o que representa cerca de 80% das cidades gaúchas.

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De acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, no fim da tarde desta terça-feira (7), o número de mortos atingiu 95 (com quatro casos ainda sob investigação), enquanto 372 pessoas ficaram feridas e 131 seguem desaparecidas.

As maiores tragédias climáticas do país estão centradas na região serrana do estado do Rio de Janeiro e na área metropolitana da capital fluminense ao longo dos últimos 14 anos. O desastre climático mais significativo ocorreu em janeiro de 2011, quando o volume de chuva previsto para o mês inteiro foi registrado em um período de cerca de três horas.

Uma avalanche de lama invadiu as cidades serranas, destruindo residências e causando vítimas fatais. Nos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, 918 pessoas perderam suas vidas e outras 100 são consideradas desaparecidas, marcando a maior tragédia climática da história brasileira.

No Rio Grande do Sul, o ano de 2023 já havia sido assinalado por chuvas intensas e tragédias, com enchentes e deslizamentos de terra resultantes do transbordamento dos rios. O ponto crítico foi alcançado em setembro, quando tempestades acompanhadas por ventos fortes castigaram o Vale do Taquari, principalmente as cidades de Muçum e Roca Sales.

Esse evento climático foi considerado o pior da história do estado, com um saldo de 54 mortes. A última vítima foi identificada em 17 de abril passado, apenas uma semana antes do início da tempestade sem precedentes que superou a tragédia anterior.

Entre os dias 24 de abril e 4 de maio, o Rio Grande do Sul vivenciou o maior desastre natural de sua história, com um acumulado de mais de 420 milímetros de chuvas ininterruptas em um período de 10 dias. O lago Guaíba, ícone de Porto Alegre, alcançou a marca recorde de 5,3 metros, ultrapassando a marca histórica das inundações de 1941.

Diferentemente de eventos anteriores concentrados em áreas específicas, essa enchente abrangeu uma extensa área do estado, tornando-se o maior desastre natural já registrado no Rio Grande do Sul.

O número de vítimas fatais já superou tragédias anteriores, como a ocorrida no litoral norte de São Paulo em fevereiro do ano passado, que resultou na morte de 64 pessoas devido a deslizamentos de terra provocados pelas chuvas.

Em maio de 2022, a região da Grande Recife testemunhou a maior chuva já registrada em Pernambuco, com cerca de 130 mortes. Durante uma semana, o acumulado de chuvas atingiu aproximadamente 500 mm, causando deslizamentos de terra, inundações e afundamentos de solo.


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