Os servidores federais que atuam na área de educação vão cruzar os braços a partir desta quarta-feira (3) em todo o País. De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), a greve não tem data para acabar. E também vai contar com a adesão de mais de 230 unidades de ensino em pelo menos 18 unidades federativas. A paralisação já havia sido notícia em primeira mão pelo Guararema News na semana que passou.
Coordenador geral do Sinasefe, David Lobão diz que a greve abrangerá professores e funcionários técnico-administrativos das universidades federais. Entre elas a UFSC, em Santa Catarina, bem como os institutos federais de mais de 600 campi.
Além de uma recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, conforme a categoria, os servidores pedem também reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e de docentes. Também querem a revogação de “todas as normas que prejudicam a educação federal com aprovação nos governos Temer e Bolsonaro”. E ainda a recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.
Com aprovação durante rodadas de assembleias que ocorreram desde o dia 18 de março em 29 seções sindicais, a greve será nacional e sem data para acabar. Essa infromação surgiu no dia 28 de março num documento com protocolo junto aos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, da Defesa e da Educação. E também ao Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).
Em Florianópolis, estudantes da UFSC promoveram na manhã desta segunda-feira (1º) uma assembleia. Eles aprovaram apoiar a paralisação dos professores.
Governo
O Ministério da Gestão informou que, somente em 2023, viabilizou, a partir de negociação com as entidades representativas dos servidores federais, um reajuste linear de 9% para todos os servidores. Além disso, também o aumento de 43,6% no auxílio-alimentação.
“Esse foi o primeiro acordo para reajustes fechado entre o governo e servidores em oito anos”, destacou a pasta. O Ministério também acrescentou que, no segundo semestre de 2023, iniciou debate sobre reajuste para o ano de 2024. Ainda de acordo com o ministério, como parte desse processo se abriram mesas específicas para tratar de algumas carreiras.
“A recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal, para recuperar a capacidade de atuação do governo para a execução de políticas públicas, é pauta prioritária do Ministério da Gestão. A pasta vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo Federal”, informou o ministério.
No caso específico da carreira de técnicos-administrativos educacionais, dois ministérios (o da Gestão e o da Educação) criaram grupo de trabalho para tratar da reestruturação do plano para cargos técnico-administrativos em educação.
No dia 27 de março, o relatório final do grupo foi entregue à ministra Esther Dweck, do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. A intenção é que sirva de “insumo” para a proposta de reestruturação de carreira que será apresentada na mesa de negociação.