
A convite do Banco Mundial, o Governo de Santa Catarina participa, até sexta-feira (7), de uma Imersão Técnica sobre Gestão de Inundações Urbanas, realizada em Tóquio e Quioto, no Japão. O evento reúne delegações de 11 países e especialistas internacionais para discutir as melhores práticas inovadoras no enfrentamento de enchentes. O foco está em soluções que vão além das tradicionais obras de infraestrutura. O secretário de Estado do Planejamento, Edgard Usuy, é o representante do Governo do Estado no país asiático. Ele é o único representante da América Latina no evento.
“Os temas discutidos aqui estão entre os mais inovadores do mundo. Essa troca de experiências com especialistas internacionais e com o Banco Mundial é fundamental. Eles possuem um acervo global de ações e um compilado das melhores soluções já aplicadas em diferentes países, que será compartilhado conosco”, explica Usuy.
A presença catarinense no Japão ocorre dentro da parceria em andamento com o Banco Mundial para um financiamento voltado a soluções para os problemas das enchentes. Isso deve acontecer através de novas ações somadas aos estudos da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA). “O objetivo é buscar novas soluções para essa questão. Hoje, as discussões globais não se limitam mais às chamadas soluções ‘gray’, que são as infraestruturas tradicionais, mas incluem também alternativas ‘green’ e ‘blue’, que utilizam recursos naturais e soluções baseadas na natureza para mitigar os impactos das enchentes”, detalha o secretário.
Obras inovadoras
A programação do evento inclui palestras de especialistas do Japão e de outros países. Eles irão abordar planejamento de controle de enchentes, investimentos em infraestrutura resiliente e gestão integrada das águas pluviais. Além disso, os participantes farão visitas técnicas a área portuária de Tóquio e a obras inovadoras realizadas em Quioto. Como por exemplo, bacias de retenção, jardins de chuva e túneis de drenagem pluvial.
Para Usuy, a solução para a recorrência das enchentes passa pela combinação de grandes obras estruturantes com medidas de médio e pequeno porte, contando com o apoio das prefeituras e a participação da sociedade. “A resposta precisa envolver diferentes frentes: grandes projetos já previstos, soluções menores implementadas em parceria com os municípios e a adoção do conceito Grey, Green e Blue. Além disso, mecanismos como concessões e parcerias público-privadas (PPPs) podem ser fundamentais para viabilizar essas ações”, ressalta.
A expectativa do secretário é que as soluções discutidas no Japão ajudem Santa Catarina a aprimorar sua capacidade de prevenção e resposta a desastres naturais. Assim, minimizando impactos sociais e econômicos causados pelas enchentes.