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Exclusivo: guarda-vidas de SC relata como está sendo atuar no RS

Sirenes, correria, silêncio; mais uma morte interrompe a entrevista

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Exclusivo: guarda-vidas de SC relata como está sendo atuar no RS
Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal

O Portal Guararema News traz, nessa sexta-feira (10), a história de um educador físico e guarda-vidas civil de Florianópolis, Capital catarinense, que está na linha de frente com as equipes que trabalham no auxílio das pessoas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

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Tarso Gonçalves Soares, de 41 anos, é natural de Pelotas, cidade localizada na região Sul do estado gaúcho. Por um bom tempo de sua vida foi “cidadão do mundo”, como ele mesmo se define. Viajou por vários lugares do planeta correndo, nadando e pedalando.

Hoje, Tarso mora em Florianópolis e trabalha como guarda-vidas civil nas praias da ilha. Com a chegada do inverno, sem o movimento da alta temporada, o triatleta estava com a mochila pronta, rumo ao Norte do Brasil, para fazer um pedaço da costa brasileira a nado.

Rota refeita, o educador físico partiu rumo ao Rio Grande do Sul, para ser um dos tantos voluntários que prestam apoio aos gaúchos. Atualmente, ele se encontra na cidade de Canoas, uma das mais afetadas pela tragédia.

Como é o trabalho do guarda-vidas

Nossa reportagem entrou em contato com Tarso para trazer para nossa audiência um pouco do dia-a-dia dessas pessoas que estão se dedicando no resgate nas cidades que foram devastadas pelas fortes chuvas.

Tarso relata que o cenário é caótico, que além do desespero da população, há o clima de insegurança de como as coisas serão quando a água baixar. Além disso, ele informou que a maioria das vítimas já foram resgatadas, que agora as ações se concentram mais no abastecimento com água e comida para todos os atingidos.

Porém, ainda existem pessoas ilhadas que optaram em não sair de suas casas, mas essas são monitoradas e assistidas pelos órgãos oficiais como bombeiros, Brigada Militar e Defesa Civil. Tarso relatou que há um excesso de voluntários em determinados locais e que poderiam ser úteis em outras frentes.

Com uma onda de fake news que surgiram na internet, Tarso nos contou sobre a atuação do governo. “Eu acho que o Estado está tentando fazer sua parte”. Ele relatou como observa a atuação das forças de segurança e afirma que, na medida do que é possível, o Estado está cumprindo com o seu papel.

Além de auxiliar nos resgates, o guarda-vidas também está atuando na arrecadação de valores para a aquisição de suprimentos. Tarso nos informou que o dinheiro arrecadado via Pix serviu para comprar água e que agora também são necessários itens para a limpeza dos locais.

Entrevista interrompida por um resgate

No momento em que fazíamos a entrevista, fomos surpreendidos pelo barulho de sirenes, correria de pessoas e um segundo depois o silêncio. Mais uma morte. A vítima era trazida sem vida pelo Corpo de Bombeiros.

Tarso pretende ficar no Rio Grande do Sul até enquanto conseguir recursos para doação. Ainda não há uma estimativa de seu retorno para Florianópolis.

Confira fotos e vídeo do local:

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