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Projeto JICA: japoneses visitam a Defesa Civil de Itajaí

Maior parte das obras projetadas nunca foram realizadas

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Projeto JICA: japoneses visitam a Defesa Civil de Itajaí
Foto: Divulgação / Prefeitura de Itajaí

Um antigo projeto de prevenção a cheias, muito propagado em Santa Catarina nas décadas de 80 e 90 do século passado, voltou à agenda da cidade de Itajaí. Técnicos do Japão visitaram a sede da Defesa Civil e se reuniram com servidores municipais para conhecer a atuação do órgão.

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Desde as grandes enchentes de 1983/84 e do grande desastre de 2008, o projeto da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) para prevenção, mitigação e obras estruturantes de combate às cheias é lembrado como uma possível solução para o Vale do Itajaí.

Atualmente, o Governo de Santa Catarina vem mantendo contatos discretos com o Japão para atualizar e reeditar o plano de ação, que nunca foi totalmente implementado.

Um rio dividido

Em Itajaí, uma obra das décadas de 1970 e 1980 ajudou a reduzir o impacto das inundações do rio Itajaí-mirim. Baseado em um projeto elaborado pelos japoneses, o chamado canal extravassor foi construído, dividindo o rio em dois: o leito antigo, que serpenteia pelos bairros Cidade Nova, São Vicente, Dom Bosco, São João e Nova Brasília, e o canal, uma linha reta que corta São Roque, São Vicente e Cordeiros, permitindo maior vazão de água. Neste ponto fica a captação e barragem do Semasa, que abastece boa parte de Itajaí e Navegantes.

Porém, essa foi a única obra na cidade feita em parceria com o país asiático. Na reunião desta segunda-feira, os técnicos dos dois órgãos discutiram ações, obras e planejamento, acompanhados pela Defesa Civil estadual.

Parque linear de Itajaí

Amadeu Medeiros, Coordenador de Defesa Civil de Itajaí, diz que o Governo do Estado de Santa Catarina e a JICA estão avançando nas tratativas e espera que realizem as grandes obras de barragens e dragagens. “Apresentamos alguns pontos de Itajaí, como o projeto de parque linear inundável, e estamos empolgados com as barragens nos dois rios, já que as obras ajudarão no combate às cheias.”

Medeiros cita ainda que, antes de Itajaí, os técnicos já visitaram outras cidades do Vale para entender a realidade de cada município e seus respectivos desafios ambientais.

A visita dos japoneses à cidade e os possíveis investimentos podem indicar um avanço em ações preventivas, obras estruturantes e outras medidas que diminuam os impactos das cheias no Vale do Itajaí, especialmente num momento em que nosso Estado do Rio Grande do Sul enfrenta um grande desastre, relembrando os catarinenses da angústia das chuvas.