
A Prefeitura de Blumenau pretende colocar detentos para trabalhar nas ruas da cidade. A proposta sobre os presos trabalhando foi lançada na segunda-feira (20), pelo prefeito Egídio Ferrari (PL). Isso foi durante uma reunião com o superintendente regional da Polícia Penal de Santa Catarina, Ricardo da Silva Morlo, e com o diretor da Penitenciária Industrial de Blumenau, Luciano Cardoso. “Nós três temos a intenção de colocar presos pra trabalhar”, afirmou o prefeito.
Ferrari explicou que os detentos em regime semiaberto já têm a autorização da justiça para trabalhar durante o dia e voltam para o presídio à noite. A ideia é que a Prefeitura de Blumenau firme um convênio com o Estado de Santa Catarina, por meio da penitenciária, para que os presos em regime semiaberto possam também cumprir expediente em serviços de rua ou, no mínimo, executar determinadas ações em benefício da população. Isso quando deixarem o sistema penitenciário para trabalhar com autorização da justiça.
“Vão para rua fazer roçada de mato, vão para a rua quebrar pedra, enfim, vão para a rua fazer qualquer ação de serviço urbano aqui em Blumenau”, explicou o prefeito, que também é delegado de Polícia Civil, agora licenciado da função.
Ferrari argumenta que a ocupação dos detentos vai evitar que eles fiquem com o pensamento em outras coisas. “É melhor que o detento venha para cá trabalhar, ajudar a população”, enfatiza. O prefeito informou ainda que pretende firmar logo o convênio com o Estado, assim que a parte jurídica estiver resolvida.
O complexo
Embora inaugurada em 2016, a obra da Penitenciária Industrial de Blumenau, que fica na Rua Silvano Cândido, bairro Ponta Aguda, próximo à divisa de Blumenau e Gaspar, deveria seguir por mais alguns anos. No entanto, as prometidas edificações do presídio regional e do semiaberto, que iriam compor o complexo penitenciário, nunca foram executadas. O que foi feito foi um “puxadinho” para abrigar os presos do semiaberto.
O complexo industrial tem capacidade para cerca de 800 apenados, e inclui espaços de saúde, educação e áreas para instalação de empresas, vivência, banho de sol, visitas, atendimentos com advogados, refeitório e centro administrativo.
Com a obra toda concluída, a Penitenciária Industrial de Blumenau teria ainda capacidade para 352 apenados que aguardam julgamento, o que permitiria total desativação do Presídio Regional de Blumenau, localizado na Rua General Osório, promessa que até hoje não foi cumprida.
Recentemente, familiares dos presos foram para frente do Fórum de Blumenau protestar contra irregularidades denunciadas pelos próprios detentos em uma carta. Falta de comida, de higiene, violência e superlotação foram algumas das denúncias apontadas.