O Ministério Público Federal (MPF) autorizou, nesta semana, a Defesa Civil de Santa Catarina a entrar na barragem de José Boiteux, localizada na terra indígena Xokleng, no Alto Vale do Itajaí. O acesso é necessário para realizar os reparos na comporta.
Dessa forma, a equipe pode dar início ao processo de restauração, fundamental para evitar enchentes na região. O cronograma para o início das obras será definido nos próximos dias.
O que a Defesa Civil pode fazer na barragem de José Boiteux
Em suma, a autorização do MPF permite que a Defesa Civil desmonte a estrutura da comporta danificada para inspeção detalhada. Depois, transporte para uma oficina especializada, onde a extensão dos danos será analisada e as medidas de reparo determinadas.
A barragem, a maior de contenção de cheias em Santa Catarina, apresenta problemas na comporta desde o final de 2023, depois das fortes chuvas que atingiram a região. “Nosso objetivo é garantir que a barragem esteja totalmente funcional. Assegurando, assim, a proteção das comunidades que dependem dessa estrutura”, afirmou o secretário de Defesa Civil de Santa Catarina, Fabiano de Souza.
Diálogo com a comunidade indígena Xokleng
A Defesa Civil enfatizou que continuará em diálogo com a comunidade indígena Xokleng e o MPF para garantir que todo o processo seja transparente e respeitoso com a cultura local. Esse compromisso visa assegurar que as operações não interfiram na integridade do território indígena.
A barragem de José Boiteux é crucial para o controle das cheias na região do Vale do Itajaí. Ela tem capacidade para até 357 milhões de metros cúbicos de água. A estrutura tem o volume equivalente ao dobro do limite das outras duas barragens na região, em Taió e Ituporanga.
A expectativa é que, com o início das obras de reparo, a estrutura recupere sua capacidade de operação plena. Proporcionando, por fim, mais segurança para as populações vulneráveis da região durante a temporada de chuvas.