Moraes diz que X foi usado para planejar golpe de 8 de janeiro

O Ministro do STF Alexandre de Moraes, ao ordenar a suspensão do aplicativo X (antigo twitter) no Brasil, afirmou que a plataforma serviu de ferramenta na tentativa de golpe de estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023.  Em seu despacho, no qual determina que as operadoras de internet bloqueiem a rede social em território brasileiro, Moraes apontou o uso do X como instrumento de disseminação de ódio, atentados à democracia e incitação ao desrespeito ao Poder Judiciário nacional.

A decisão de Moraes, proferida na noite de sexta-feira (30), foi referendada por unanimidade pelos demais ministros nesta segunda-feira (2). “O ápice dessa instrumentalização contribuiu para a tentativa de golpe de Estado e atentado contra as instituições democráticas ocorrido em 8/1/2023 – Festa da Selma”, escreveu moraes em seu despacho.

A expressão “Festa da Selma” foi o código pelos bolsonaristas para organizar as manifestações em Brasília daquele 8 de janeiro, quando ocorreu a invasão e destruição dos prédios dos Três Poderes. Até o momento, 221 pessoas foram condenadas pelos crimes que ocorreram naquele domingo.

O ministro apontou que outras redes sociais como Facebook e Instagram também foram utilizadas para disseminar mensagens contra democracia. No entanto, elas obedeceram às ordens para bloquear os perfis criminosos sempre que houve solicitação palra isso.

Facebook e Instagram

“Importante salientar, ainda, que as ordens de bloqueio emitidas para às empresas Google LCC (responsável pela rede social YouTube) e Meta Platforms INC (responsável pelas redes sociais Instagram e Facebook) foram devidamente cumpridas, dentro do prazo assinalado na decisão, em fiel observância ao ordenamento jurídico brasileiro”, lembrou Moraes.

O ministro também apontou como “estarrecedor” a enorme quantidade de vídeos postadas em redes sociais por “inúmeros criminosos que se vangloriavam deste enfrentamento e reiteravam a necessidade de golpe de Estado com a intervenção militar e a derrubada do governo democraticamente eleito”, escreveu.

O ministro também afirmou que Elon Musk, controlador do X, pode ser responsabilizado cível e criminalmente pelo conteúdo difundido na plataforma que extrapole a liberdade de expressão.