
Moradores do bairro Campeche, no Sul da Ilha, em Florianópolis, denunciaram nesta semana o surgimento de peixes e outros animais aquáticos mortos na área da chamada Lagoa Pequena, tombada como patrimônio de preservação natural e paisagístico da Capital. O presidente da Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, deputado Marcos Abreu, o Marquito (PSOL), esteve no local nesta quarta-feira (26) e constatou a situação.
Ele encaminhou um ofício ao Instituto do Meio Ambiente (IMA) e à Fundação do Meio Ambiente (Floram) pedindo que seja feita coleta de amostras e análise da água. A suspeita é de que esgotos irregulares estejam sendo despejados ali, provocando a poluição.
Durante a visita, foram encontrados um peixe e uma rã mortos. De acordo com o professor da UFSC Paulo Horta, especialista em botânica e poluição marinha, a Lagoa apresenta pontos com níveis muito baixos de oxigênio, o que torna impossível a respiração dos animais.
Eutrofização
Horta acredita que a mortandade esteja sendo causada pelo processo denominado de eutrofização nas margens da Lagoa, o que ocorre quando há excesso de matéria orgânica, geralmente decorrente despejos de esgoto. Nesse cenário, acontece a proliferação acelerada de algas e bactérias que reduzem os níveis de oxigênio dissolvido na água. “A eutrofização faz com que os corpos d´água adquiram coloração turva e ocasiona a morte de diversas espécies animais e vegetais”, explicou o professor.

A Lagoa Pequena é considerada o mais importante afloramento do lençol freático da Planície do Campeche, também é usada para lazer. No entanto, não existe monitoramento ambiental no momento que determine a sua condição de balneabilidade. Seu entorno vem sofrendo com a expansão urbana desordenada, somada à falta de coleta e tratamento de esgotamento sanitário. “Isso representa um risco de contaminação tanto do corpo hídrico quanto do aquífero, que é superficial”, salientou Marquito.
O deputado também quer que seja retomado o sistema de monitoramento da balneabilidade da Lagoa, e que os dados sejam disponibilizados à população. Ele lembrou que já havia feito essa solicitação durante seu mandato como vereador na Capital, mas não foi atendido.
