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Lula recebe reitores e pede o fim da greve nas universidades federais

UFSC em Santa Catarina aderiu às paralisações dos professores e técnicos-administrativos

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Lula recebe reitores e pede o fim da greve nas universidades federais
Estudantes colam cartazes no Restaurante Universitário, no Campus em florianópolis. Foto: divulgação

O impasse sobre a greve nacional nas Universidades Públicas Federais que também paralisou a UFSC e os Institutos Federais em Santa Catarina ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira (10). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo aos reitores pedindo pelo fim da paralisação. Lula recebeu um grupo de gestores destas instituições no Palácio do Planalto, em Brasília.

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“Nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra vocês vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando. Quem está perdendo não é o Lula, quem está perdendo não é o reitor, quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros. É isso tem que ser levado em conta. Não é por 3%, 2%, 4% que a gente fica a vida inteira de greve. Vamos ver os outros benefícios”, disse Lula aos reitores.

De imediato, a fala de Lula causou reações entre os sindicatos envolvidos nesse embate. Em Santa Catarina como em alguns outros estados, os técnicos-administrativos estão de braços cruzados desde abril. Em todo o Brasil, são pelo menos 53 universidades federais e 51 institutos que aderiram à greve

Uma das entidades que tem se manifestado em nome dos professores é o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que aponta uma defasagem de 22,71% acumulada desde 2026 nos salários da categoria. Na UFSC, as assembleias promovidas por entidades como a Apufsc e Sintufsc, no entanto, tem questionado a legitimidade da Andes.

Em sua fala com os reitores, Lula destacou os esforços da ministra da Gestão, Esther Dweck, nas negociações com os grevistas. “Só quero que levem isso em conta. Toda greve tem um tempo para começar e um tempo para terminar. Os alunos estão à espera de voltar à sala de aula”, disse. O presidente também já deixou claro que ninguém será punido por causa da greve.

O ministro da Educação, Camilo Santana, também defendeu o término da greve e criticou a paralisação por entender que este é um ato que se adota “quando não há mais diálogo, mais condições de debater ou discutir”, o que não é o caso com o atual governo federal. Camilo lembrou que em 2023 houve reajuste de 9% aos servidores federais e que não é possível recompor as perdas de gestões anteriores em pouco tempo.

Segundo o ministro, serão R$ 5,5 bilhões em investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para universidades e hospitais universitários.

O Andes também emitiu uma nota onde afirma que as medidas apresentadas pelo governo representavam “pouco” e que a greve está “longe da inanição”.

“A recomposição orçamentária é uma das principais pautas da Greve da Educação Federal e o anúncio dos 5,5 bilhões de reais até 2026 representa algum avanço. No entanto, diante do grave quadro de sucateamento pelo qual passam nossas universidades, institutos e cefets, é pouco. Muito pouco inclusive para um governo que anuncia ter a Educação como prioridade. A greve está muito longe da inanição. Ela segue forte, com 64 instituições paralisadas nesta segunda-feira (10) e busca a negociação efetiva, com respostas às demandas no dia 14”, diz a Nota.

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