Região Grande Florianópolis

Justiça nega pedido para demolir prédio da antiga rodoviária na Capital

Laudos da Defesa Civil apontam que o imóvel apresenta deterioração avançada

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Justiça nega pedido para demolir prédio da antiga rodoviária na Capital
Foto: divulgação

A Justiça negou o pedido feito pela Prefeitura de Florianópolis para demolir o prédio da antiga Rodoviária, que fica na Avenida Mauro Ramos, na esquina com a avenida Hercílio Luz. A decisão foi proferida pela 3ª Vara da Fazenda Pública da Capital, com base em argumentos que defendem o valor histórico e o potencial de reutilização do prédio, localizado entre as avenidas Mauro Ramos e Hercílio Luz.

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De acordo com a Prefeitura, laudos da Defesa Civil apontam que o imóvel apresenta deterioração avançada e danos estruturais, o que comprometeria a segurança da área.

A proposta da prefeitura era demolir o prédio e requalificar o espaço urbano. No entanto, o juiz Alexandre Murillo Schramm considerou que o imóvel possui relevância histórica e simbólica, devendo ser preservado e incluído em um processo mais amplo de escuta pública e análise técnica.

O Ministério Público de Santa Catarina e outras entidades defensoras do patrimônio argumentam que a demolição sem debate técnico e social seria um retrocesso.

Antiga Rodoviária é prédio histórico

A promotoria cobra agora explicações formais do Executivo sobre a situação. Em despacho recente, o promotor Fabrício José Cavalcanti afirmou que é “notória e constante” a precariedade do imóvel, situado em uma área valorizada da cidade.

Imagem da rodoviária nos anos 1980.; foto: divulgação

A expectativa é de que o caso avance por meio do diálogo entre órgãos públicos, especialistas e a sociedade civil, buscando alternativas sustentáveis que valorizem a memória urbana e integrem o prédio ao futuro da cidade.

A Prefeitura garante que intensificou as rondas da Guarda Municipal na região para evitar ocupações irregulares e preservar a estrutura existente.

Na Câmara Municipal, o vereador Afrânio Boppré (Psol) tem se manifestado com frequência sobre o caso. De acordo, com ele, a omissão na preservação da construção é intencional. “Isso é argumento dos que defendem a venda da área para a especulação imobiliária”, afirma ele.

“A área é do Estado que empurra pra Prefeitura a responsabilidade pela segurança, que, por sua vez, nada faz. Protocolei uma representação junto ao Ministério Público, pedindo providências para preservação do patrimônio público”, finalizou o vereador.

Jornal O Estado noticiou o início das obras da antiga Rodoviária, ainda nos anos 1950.

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