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Inverno deve ser de temperaturas amenas e pouca chuva em SC

Estação começa em 20 de julho e termina em 22 de setembro

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Inverno deve ser de temperaturas amenas e pouca chuva em SC
Foto: Divulgação

Em Santa Catarina, os meses de junho, julho e agosto serão marcado por um inverno não tão rigoroso. Isso porque, de acordo com a previsão da Defesa Civil, a temporada tende a ser menos chuvosa e com temperaturas acima da média. A estação começa em 20 de junho e finda em 22 de setembro.

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De acordo com o órgão, isso ocorre pois, durante o inverno, o El Niño estará em neutralidade. Porém, isso não exclui a chance de episódios de frio intenso, com ocorrência de geadas e precipitação invernal. Já próximo ao início da primavera, o período de neutralidade deve evoluir para uma La Niña.

A transição da neutralidade para a La Niña ocorre de maneira lenta e, assim, ao longo do mês de junho, são esperadas chuvas dentro a acima da média nas áreas litorâneas, e abaixo da média entre o Grande Oeste e os planaltos. Apesar disso, não se pode excluir a passagem de sistemas meteorológicos, como ciclones e frentes frias, que favoreçam eventos de chuva volumosa em Santa Catarina”, explicam os técnicos da equipe de monitoramento.

Figura 1: Previsão probabilística do fenômeno El Niño – Oscilação Sul. Foto: Climate Prediction Center (CPC).

Climatologia

O trimestre de junho, julho e agosto marca a transição do outono para o inverno no Hemisfério Sul. Conforme o ponto de vista climatológico, neste período, a chuva é provocada pela maior passagem de frentes frias e atuação de ciclones extratropicais, que também podem provocar agitação marítima e ressaca.

Nessa época do ano, os temporais ocorrem com menos frequência e dão origem a ventos fortes e granizo. Segundo a climatologia, em Santa Catarina, a chuva média nesses meses é a menor do ano, sobretudo nas áreas litorâneas, Vale do Itajaí e região Norte, com valores mensais variando de 90 a 130 milímetros. Já nas cidades do Grande Oeste e Planalto Sul, a precipitação oscila de 110 a 180 milímetros.

Nestes meses também são frequentes entradas de massas de ar frio, provocando quedas significativas nas temperaturas além da condição de amplitude térmica (com manhãs mais frias e temperaturas amenas nas tardes), o que resulta em tempo mais seco. Além disso, são comuns episódios de veranicos, onde são observados dias consecutivos de temperaturas acima da média.

Histórico de ocorrências de desastres

De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), no período de 1995 a 2019, foram registradas 5540 ocorrências de desastres, sendo que a maioria dessas ocorrências se concentrou entre setembro e março, quando as temperaturas são mais elevadas (Figura 2). O trimestre junho, julho e agosto apresentou uma diminuição significativa no número de ocorrências em relação aos outros meses.

Figura 2: Distribuição mensal das ocorrências (1995-2019). Foto: UFSC, 2020.

Neste período, chuvas intensas e enxurradas são as principais ocorrências. Junho é o quarto mês com mais eventos de chuvas intensas e o décimo em relação às enxurradas, conforme pode ser observado nas Figuras 3 e 4. É possível observar uma média de 40 a 50 ocorrências associadas às chuvas intensas em junho e julho, representando um pouco mais de 20% do total de ocorrências a esse tipo de evento ao longo do ano. Em agosto, esse valor diminui de forma considerável. As enxurradas também são menos frequentes, com menos de 100 ocorrências mensais.

Figura 3: Distribuição mensal das ocorrências por chuva intensa. Foto: UFSC, 2020.
Figura 4: Distribuição mensal das ocorrências por enxurradas. Foto: UFSC, 2020.