
A Igreja Católica se despediu oficialmente do Papa Francisco neste sábado (26), durante uma cerimônia privada na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. O pontífice, que faleceu na última semana, tornou-se o primeiro papa em mais de um século a ser sepultado fora dos muros do Vaticano. Agora, inicia um período de nove dias de luto antes da escolha de seu sucessor.
O funeral mobilizou a cidade de Roma. Além disso, antes do sepultamento, o caixão com o corpo de Francisco percorreu as ruas da capital italiana, acompanhado por cerca de 150 mil pessoas. Fiéis e autoridades acompanharam o cortejo até a chegada à basílica.
Desde as 7h (horário local, 2h de Brasília) deste domingo (27), os fiéis puderam visitar o túmulo do Papa Francisco, aberto à visitação pública. Às 16h (horário local, 11h de Brasília), o Colégio dos Cardeais celebram uma missa no local, marcando o início oficial do período de luto na Igreja Católica.

Papa Francisco pediu sepultamento simples em testamento
Em testamento datado de 29 de julho de 2022, o Papa Francisco manifestou o desejo de ser sepultado de forma discreta. O documento registra a vontade de descansar na Basílica de Santa Maria Maggiore, em um túmulo simples, escavado no solo, sem ornamentos e identificado apenas com a inscrição “Franciscus”.
Francisco também deixou uma mensagem final, oferecendo “ao Senhor o sofrimento que se fez presente na última parte da minha vida pela paz mundial e pela fraternidade entre os povos”. No texto, reafirmou sua devoção à Mãe de Jesus, pedindo, dessa forma, que seus restos mortais repousassem no templo dedicado a Santa Maria.
Localizada no alto de uma das sete colinas históricas de Roma, a Basílica de Santa Maria Maggiore é uma das quatro basílicas papais e abriga o campanário mais alto da capital italiana, com 75 metros.
Igreja Católica entra em luto e conclave deve ocorrer após 5 de maio
Com o sepultamento de Francisco, a Igreja Católica deu início neste sábado (26) ao tradicional período de nove dias de luto. Somente após esse rito, portanto, o Vaticano poderá convocar oficialmente o conclave — assembleia que elegerá o próximo papa.
O Colégio dos Cardeais, atualmente composto por 252 religiosos, será responsável pela escolha. Contudo, apenas 135 cardeais com menos de 80 anos terão direito a voto. Para eleger o novo pontífice, o conclave exige que o candidato obtenha ao menos dois terços dos votos.
Entre os cardeais eleitores, sete são brasileiros:
- João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília
- Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo
- Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus
- Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro
- Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador
- Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB
- Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília
O conclave acontecerá na Capela Sistina, no Vaticano, e pode começar antes do prazo tradicional de 15 dias, conforme prevê decreto promulgado pelo Papa Bento XVI, que autorizou a antecipação ou o adiamento do processo, de acordo com a decisão do Colégio dos Cardeais.