A França destruiu quatro embarcações brasileiras que praticavam pesca ilegal nas águas da Guiana Francesa, território francês situado na América do Sul. As autoridades do país também anunciaram a prisão dos capitães dos barcos. A operação ocorreu entre os dias 5 e 16 de junho, quando 7,5 toneladas de pescado e 28 quilômetros de redes foram apreendidos.
Segundo o governo da Guiana Francesa, desde o início do ano, 10 embarcações utilizadas para a pesca ilegal foram destruídas.
O prefeito da Guiana Francesa, Antoine Poussier, informou em comunicado que cinco barcos originários do Brasil foram submetidos a controle por pesca ilegal em águas territoriais francesas.
Desde o início do ano, a prefeitura da Guiana Francesa já destruiu dez embarcações utilizadas para atividades pesqueiras ilegais.
Saiba mais sobre a Guiana
A Guiana Francesa é um departamento ultramarino e região da França, na costa do Atlântico Norte da América do Sul, nas Guianas. Faz fronteira com o Brasil a leste e sul e com o Suriname a oeste. Desde 1981, quando Belize se tornou independente do Reino Unido, a Guiana Francesa tem sido o único território continental na América que ainda está sob a soberania de um país europeu.
Tem uma densidade populacional muito baixa, com apenas 3,6 habitantes por km². Metade de seus 301.099 habitantes em 2022 viviam na área metropolitana de Caiena, sua capital.
Antes do contato europeu, o território era originalmente habitado por nativos americanos, a maioria falantes do idioma arauaque, da família linguística arawakana. O povo foi identificado como Lokono. O primeiro estabelecimento francês está registrado em 1503, mas a França não estabeleceu uma presença durável até que os colonos fundaram Caiena em 1643. A Guiana foi desenvolvida como uma sociedade escravista, onde plantadores importavam africanos como trabalhadores escravizados em grandes açucareiros e outras plantações.
A escravidão foi abolida nas colônias na época da Revolução Francesa. A Guiana foi designada como um departamento francês em 1797. Mas depois que a França abandonou seu território na América do Norte, desenvolveu a Guiana como uma colônia penal, estabelecendo uma rede de campos e penitenciárias ao longo do litoral onde prisioneiros da França foram condenados a trabalhos forçados.
Durante a Segunda Guerra Mundial e a queda da França para a Alemanha Nazista, o franco-guianense Félix Éboué foi um dos primeiros a apoiar o general Charles de Gaulle, da França Livre, em 18 de junho de 1940. A Guiana reuniu oficialmente a França Livre em 1943, e pouco depois, abandonou seu status de colônia e tornou-se novamente um departamento francês em 1946. Depois que De Gaulle foi eleito presidente da França, ele estabeleceu o Centro Espacial da Guiana em 1965. Ele agora é operado pelo CNES, pela Arianespace e pela Agência Espacial Europeia (ESA).
No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, vários milhares de refugiados da etnia Hmong, oriundos do Laos, imigraram para a Guiana Francesa, fugindo do deslocamento após o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. No final da década de 1980, mais de 10 mil refugiados surinameses, em sua maioria quilombolas, chegaram à Guiana Francesa, fugindo da Guerra Civil do Suriname. Mais recentemente, a região recebeu um grande número de migrantes econômicos brasileiros e haitianos.