
Um estudante de medicina de apenas 19 anos, Iago Nathan Simon Petry, natural de Maravilha, no Oeste de Santa Catarina, alcançou um feito notável ao ser selecionado para um programa de observação em neurocirurgia (observership) no prestigiado Beth Israel Deaconess Medical Center, hospital afiliado à Harvard Medical School, em Boston, nos Estados Unidos.
Iago, que cursa medicina na Unisul, em Palhoça, competiu com profissionais já formados e de diversas partes do mundo. A conquista resulta de um processo seletivo rigoroso e de anos de dedicação à área.
“Liguei para minha família com o coração acelerado. Foi uma emoção indescritível”, conta Iago. A oportunidade, de acordo com ele, fortaleceu seu desejo de se especializar em neurocirurgia vascular, uma paixão que surgiu ainda na graduação.
Processo seletivo de alto nível
A vaga em Harvard não veio fácil. O processo seletivo, exigente e sem garantias, avaliou o currículo acadêmico do estudante, que já contava com diversas publicações e apresentações em congressos de neurocirurgia, como o CNS, considerado o maior do mundo na área.
Durante a seleção, ele também realizou apresentações orais em eventos como o Congresso Latino-Americano de Neurocirurgia Pediátrica (em São Paulo) e o Congresso Brasileiro de AVC (em Florianópolis).
Além disso, foram decisivas as cartas de recomendação de professores e a aprovação em uma entrevista técnica, realizada em inglês, com o neurocirurgião Christopher Ogilvy, que supervisionou o estudante.
“Fiz testes sobre neurocirurgia, neuroanatomia e até sobre aspectos logísticos do hospital, como rotas de saída de emergência”, lembra Iago, evidenciando a meticulosidade da seleção.
Experiência em Harvard

Durante a imersão em Boston, Iago se impressionou com o alto nível técnico dos profissionais de saúde e com o forte incentivo à pesquisa científica nas instituições norte-americanas.
“Vi uma enfermeira descrever com perfeição aspectos neuroanatômicos vasculares específicos durante um procedimento de angiografia. Esse tipo de análise é geralmente feito por neurocirurgiões”, destaca.
Além disso, entre os aprendizados técnicos, Iago ressalta os refinamentos em micro-neurocirurgia vascular e a oportunidade de iniciar uma pesquisa científica ao lado do mentor Christopher Ogilvy, uma das maiores referências mundiais na área.
“Apesar de ser uma autoridade mundial, ele sempre se preocupava se eu estava entendendo, fazia perguntas, explicava com paciência. Foi uma lição de humildade e respeito à formação”, conta.
Futuro promissor

Para Iago, a participação em Harvard é apenas o começo. Apesar da conquista, ele já tem planos claros para a carreira. “Quero fazer residência em neurocirurgia na USP ou na UNIFESP. Ainda tenho anos de formação pela frente, mas sei bem o caminho que quero trilhar”, afirma com convicção.
Por fim, o estudante também aconselha quem sonha com oportunidades internacionais: “É possível, mas exige muita preparação e dedicação. Você precisa se envolver com pesquisa científica, dominar o conteúdo técnico da área e ter um bom inglês”.