Itajaí, uma das cidades do litoral Norte catarinense frequentemente assolada por enchentes, está atualizando as cotas de inundações nos bairros que historicamente registram alagamentos.
O município, situado na foz do rio Itajaí-açu, recebe toda a água vinda do Médio e Alto Vale. Além disso, outro manancial, o rio Itajaí-mirim corta grande parte do território, descendo da região de Brusque, Botuverá, Vidal Ramos e Presidente Nereu.
De acordo com a prefeitura de Itajaí, o trabalho começou em janeiro deste ano. O levantamento das cotas de inundação leva em consideração as enchentes de outubro e novembro de 2023. Os pesquisadores devem concluir o levantamento de campo em agosto, que envolve vistoriar residências e outros estabelecimentos nas áreas atingidas pelas águas. Os agentes registram informações obtidas com moradores, além de fotos e análise das manchas nas edificações.
Os técnicos finalizaram a primeira etapa em abril de 2024, que cobriu a região afetada em outubro de 2023, registrando, como resultado, 566 cotas. Já a segunda etapa, iniciada em maio, concentra-se nas inundações de novembro de 2023 e, atualmente, contabiliza 179 registros.
A Defesa Civil integrará essas cotas à base de dados históricos de inundações do município, disponibilizando os mapas ao público em seu site. Eles também utilizarão as informações coletadas para modelar ambientalmente as áreas suscetíveis a inundações.
Tecnologia na prevenção
Os agentes da Defesa Civil utilizaram uma ferramenta tecnológica desenvolvida em parceria com a Secretaria de Tecnologia de Itajaí (Setec) para registrar os dados em campo. Esse sistema digital de mapeamento oferece agilidade e eficiência na coleta e compilação de dados para um Sistema de Informação Geográfica (SIG), permitindo a visualização espacial em tempo real dos registros.
“Além de manter um registro histórico do desastre natural, nosso principal objetivo é coletar dados que possam auxiliar na previsão e emissão de alertas à população. Por isso, é fundamental que a população forneça informações precisas durante as vistorias, pois esses dados podem ser cruciais em futuros desastres”, ressalta o coordenador da Defesa Civil de Itajaí, Amadeu Medeiros.