Brusque é uma das cidades mais afetadas por enxurradas e enchentes no Vale do Itajaí. O rio Itajaí-Mirim, que nasce entre as cidades de Presidente Nereu e Vidal Ramos, corta o município, passa por Botuverá e recebe águas da cidade de Guabiruba. Brusque é a última cidade antes da foz do rio, em Itajaí.
Devido a essa característica geográfica, a Defesa Civil concluiu a primeira etapa do estudo de atualização das cotas de cheias da cidade. O levantamento inicial atualizou as cotas até 8,96 metros e será complementado pela segunda etapa, atualmente em desenvolvimento. Esta próxima fase, em seguida, incluirá o levantamento dos pontos não afetados pelo Rio Itajaí-Mirim em 17 de novembro de 2023.
“No primeiro momento, fizemos o levantamento das ruas alagadas pela enchente para documentar o desastre. Marcamos as cotas nas ruas, postes e casas atingidas”, destaca Edevilson Cugik, chefe de vistorias do órgão.
Em seguida, os técnicos transferirão os dados coletados para a planilha existente, comparando as cotas. A atualização do nível topográfico considerará postes, placas e áreas de domínio público.
Comparação com eventos climáticos anteriores
O estudo já observou uma alteração significativa das cotas em diversas localidades da cidade, especialmente nos bairros situados a montante (no sentido da nascente) e a jusante (no sentido da foz) da região central. Nessas áreas, as cotas diminuíram, enquanto na região central da cidade houve um aumento significativo.
Nesse sentido, se durante as últimas cheias o rio tivesse atingido o mesmo pico da última grande enchente em 2011 (10,03 metros), menos ruas teriam sido atingidas, comparado a aquele evento climático. Este é um sinal explícito das obras mitigatórias de enchente, como os canais extravasores na Beira Rio, que resultaram na ampliação das cotas de cheia.
A Prefeitura de Brusque destaca que cada evento de cheia é único, justificando a necessidade de atualizar as cotas a cada ocorrência significativa, considerando as atuais configurações acima de 7,50 metros. No total, a equipe levantou 357 pontos de cota. O novo estudo já está disponível no site da Defesa Civil.
A própria Defesa Civil, em parceria com a Secretaria de Obras do Município, está realizando tanto o estudo inicial quanto o desenvolvimento da segunda etapa. A previsão de conclusão da segunda etapa do estudo é janeiro de 2025. Até lá, a Defesa Civil utilizará ambos os levantamentos de cotas existentes conforme recomendado pelo estudo.
Itajaí também está realizando atualização das cotas de enchente
Trabalho semelhante está sendo realizado em Itajaí, cidade que sofre com enchentes pelo mesmo rio que passa por Brusque, além do grande manancial, o rio Itajaí-Açu. Toda a água que desce do Alto e Médio Vale deságua na foz, localizada na cidade que dá nome ao rio.