Em greve há 88 dias, os servidores técnico-administrativos da UFSC acompanharam nesta sexta-feira (7) o reitor Irineu Manoel de Souza e a vice-reitoria Joana Célia dos Passos numa visita guiada ao Restaurante Universitário. Eles foram conferir de perto o trabalho de preparo das refeições. De acordo com a categoria, os problemas emergenciais comprometem a segurança sanitária dos trabalhadores da unidade todos os dias.
O RU foi planejado para servir cinco mil refeições por dia, mas serve diariamente o dobro, 10 mil refeições. De acordo com o Sintufsc, sindicato que reúne os servidores, essa sobrecarga vem ocorrendo e sendo contornada por sucessivas gestões desde a inauguração da unidade, em 2011. E mesmo com medidas emergenciais adotadas pela reitoria atual para redução de riscos, a situação chegou ao limite.
O principal problema é a sobrecarga no sistema de esgoto, que transborda e causa alagamentos na estrutura interna da cozinha, onde alimentos são preparados.
Isso significa que além da tensão com medidas de segurança habituais de manuseio de chapas e panelões quentes, os trabalhadores precisam ter ainda mais cuidado ao pisar e circular no esgoto do chão alagado e lidar com mau cheiro. No verão, há ainda as altas temperaturas que se tornaram insuportáveis por falta de climatização.
O problema do esgoto também acarreta em infestação de ratos, baratas e insetos na cozinha e no armazém. “Não há como continuar servindo refeições com essas condições insalubres de trabalho e alimentação. O risco é alto para os trabalhadores, que vivem essa situação limite todos os dias, e também para os estudantes, que podem consumir alimentos contaminados”, diz uma nota postada nas redes do Sintufsc.
O objetivo da visita foi denunciar a gravidade da situação em busca de respostas imediatas da reitoria. Desde o início da greve, a gestão atual tem buscado justificar os problemas estruturais sem apresentar propostas concretas de solução. Uma nova reunião será agendada na próxima semana.