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Calor gera derretimento recorde dos Alpes e desenterra corpos

Essas massas de gelo perderam incríveis 10% de seu volume em apenas dois anos

Calor gera derretimento recorde dos Alpes e desenterra corpos
Imagem: Reprodução / Wikipedia /Tinelot Wittermans

O aquecimento global continua a deixar sua marca indelével em nosso planeta, e os glaciares suíços são as mais recentes vítimas desse fenômeno alarmante. Um relatório divulgado nesta quinta-feira traz dados preocupantes: essas massas de gelo perderam incríveis 10% de seu volume em um curto período de apenas dois anos. Esse rápido derretimento é atribuído a um verão de temperaturas sem precedentes e a um inverno com pouca neve.

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Embora o encolhimento dos glaciares nos Alpes seja uma realidade que perdura há décadas, os novos números revelam que esse processo está se acelerando de forma alarmante. De acordo com a Academia Suíça de Ciências Naturais, em 2022, a contração foi de 6%, seguida por mais 4% em 2023. Essa taxa de perda de gelo é a mesma observada entre 1960 e 1990, mas agora parece estar se intensificando. A situação se torna ainda mais preocupante quando se constata que em alguns locais, glaciares que já eram consideravelmente pequenos simplesmente desapareceram, enquanto em regiões como St Annafirn, eles nem mesmo podem mais ser mensurados.

O cenário nas montanhas suíças está em constante mutação, com o surgimento de lagos que antes não existiam e a revelação de corpos antes soterrados devido ao degelo. Mesmo em altitudes elevadas, o gelo não está a salvo. Nos cantões de Valais e Engadin, volumes significativos de glaciares foram perdidos, mesmo a altitudes superiores a 3,2 mil metros, em locais onde o derretimento da neve era impensável, mesmo no auge do verão.

O emblemático glaciar de Aletsch, um dos mais conhecidos da Suíça, viu sua espessura diminuir em dois metros. Esse fenômeno alarmante é agravado pelo fato de que a quantidade de neve no inverno ficou abaixo da média, e quando o verão chegou com temperaturas excepcionalmente altas, o derretimento do gelo se acelerou ainda mais. Em áreas com altitudes superiores a 2 mil metros, a camada de neve atingiu o nível mais baixo em 25 anos.

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