
A Justiça proibiu o clube Metropolitano, de Blumenau, de inscrever atletas e participar de competições promovidas pela Federação Catarinense de Futebol (FCF) e Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A estreia do time pela segunda divisão de Santa Catarina está marcada para ocorrer em 31 de maio.
A decisão judicial tem data de 14 de maio, com assinatura da juíza Michelle Denise Durieux Lopes Destri, da 2ª Vara de Trabalho de Blumenau. Ela acatou a ação trabalhista de quatro ex-atletas e um ex-funcionário do clube. Eles tentam na Justiça receber valores devidos desde 2016, num total de cerca de R$ 800 mil.
Os jogadores são os meias Pink e David Oliveira e os atacantes Lauro César e Negueba, além do antigo assessor de imprensa, Sidnei de Souza. Nesse período, segundo os advogados dos credores, o clube não buscou nenhuma tentativa de acordo, nem sinalizou intenção de quitar as dívidas. Além disso, nenhum representante do Metropolitano compareceu às audiências convocadas pela Justiça.
Metropolitano ignorou as audiências
Os autores da ação afirmam que há indícios de ocultação de patrimônio para se esquivar do pagamento das obrigações. Já a Justiça não encontrou bens e valores em conta para bloqueio durante esses oito anos.
Dessa forma, a Justiça resolveu bloquear o registro de novos atletas junto à CBF e também proibiu a participação em torneios profissionais até a quitação do passivo trabalhista. Por fim, a juíza requer que a FCF e a CBF transfiram qualquer valor eventualmente devido ao Metropolitano para uma conta judicial.
Em contato com a reportagem, a FCF disse desconhecer o assunto – a notificação deve acontecer ainda nesta sexta-feira (22). O Metropolitano não respondeu aos questionamentos.
Já o advogado Filipe Rino, que representa os jogadores, avaliou que “é uma medida árdua, mas necessária, e que espera que agora o clube apareça para resolver amigavelmente e pagar os trabalhadores”.
Rebaixamento em 2021
“Os processos se arrastam a quase uma década. O clube nunca demonstrou nenhuma preocupação em resolver a situação, jamais tentaram algum acordo, parcelamento, nada. Ao longo dos anos, foram efetuadas tentativas de bloqueio de contas, patrocínios, cotas, mas sem sucesso. E o clube se manteve ativo, contratando ano após ano, sem se preocupar com os processos”. Solicitamos a medida coercitiva para que o clube fosse impedido de registrar novos atletas e de participar de competições”, completou ele.

Rebaixado na elite catarinense em 2021, o Metropolitano disputará a Série B pelo quarto ano consecutivo. Além disso, a estreia da edição 2025 está marcada para 31 de maio, no clássico contra o Blumenau.
O torneio é disputado por nove clubes, que jogarão em turno único entre si. Os dois primeiros da primeira fase avançam direto para a semifinal. Na fase intermediária, o terceiro enfrentará o sexto, e o quarto colocado duelará com o quinto. Os vencedores do playoff se classificam para enfrentar os semifinalistas. Os dois finalistas sobem para a primeira divisão.
As equipes confirmadas são Blumenau, Camboriú, Carlos Renaux, Fluminense, Juventus, Metropolitano, Nação, Porto e Tubarão. Os nove clubes jogarão entre si em turno único.
Clube emite nota oficial
Até o momento, o Metropolitano contratou 21 atletas para a disputa da segundona. Dessa forma, além do técnico Evandro Guimarães, também chegaram três goleiros, quatro laterais, três zagueiros, três volantes, três meias e cinco atacantes.
Além disso, a diretoria do Metropolitano emitiu uma Nota Oficial no início da tarde, nesta sexta (23). Confira a íntegra:
“O Cube Atlético Metropolitano, ciente da decisão judicial proferida pela 2ª Vara da Justiça do Trabalho de Blumenau, que determinou a proibição do clube em contratar novosjogadores e disputar competições, vem informar que já está ultimando medidas para a reforma da decisão, tendo em vista tratar-se de ordem evidentemente inconstitucional e abusiva, sem qual,.quer amparo legal ou jurisprudencial, que impede o desenvolvimento da atividade-fim da instituição, prejudicando a sociedade, seus empregados, e os próprios credores.
A nova diretoria assumiu a gestão recentgemente com o objetivo de recuperar o Metropolitano. Surpresa de que a execução tramitava à revelia, vem trabalhando incansavelmente para apurar todos os débitos e processos judiciais existentes, também para viabilizar o saneamento financeiro do clube, evitanto litígios e equalizando eventuais direitos de credores”.