A surfista catarinense Jacqueline Silva, de 45 anos, voltou às competições internacionais em grande estilo. Na manhã de domingo (20), Jacque Silva avançou em primeiro lugar na categoria Master 40 do Surf City El Salvador ISA World Masters Surfing Championship 2024, competição que marca o retorno de lendas do surfe com mais de 40 anos. As disputas ocorrem na praia de El Sunzal, conhecida por suas ondas longas direitas.
Natural de Florianópolis, Jacqueline até hoje mora na Barra da Lagoa, vizinha à sede do Projeto Tamar. Começou a surfar aos 8 anos na companhia do irmão mais velho.
A competição também inclui pela primeira vez as divisões femininas Kahunas (60+) e Grand Masters (50+). Além disso, entre os destaques, Becky Benson (Havaí), pioneira do surfe feminino profissional desde 1976, brilhou ao vencer a primeira bateria internacional da história na categoria feminina Kahunas. Aos 67 anos, Benson obteve a maior pontuação em uma única onda da divisão, surfando com fluidez e elegância, como faz há quase seis décadas em sua casa, no North Shore de Oahu. “Estou muito feliz e honrada de estar aqui. Em 1976, havia pouco apoio financeiro e precisei parar de competir. Hoje, as mulheres podem viver do surfe, viajar e fazer o que amam”, celebrou Benson.
Bom começo no masculino
Além disso, entre os homens, o Brasil também teve um bom início, com Jojó de Olivença e Carlos Knoll liderando suas baterias nas categorias Master 50 e Master 60+, respectivamente. Já Roberta Borges caiu para a repescagem na categoria 60+.
De acordo com los organizadores, a próxima chamada será nesta segunda-feira às 7h15 (horário local em El Salvador), com possível início às 7h30. Dessa forma, no horário de Brasília, a competição começará às 10h30. As disputas podem ser acompanhadas ai vivo em isasurf.org.
Jacque começou a competir com os meninos nos campeonatos em Santa Catarina. Mais tarde, conquistou quatro títulos catarinenses até migrar para o brasileiro amador. E assim foi campeã em 1996. No ano seguinte, Jacque passou para os eventos internacionais.
Competindo em vários picos do planeta, logo o surfe agressivo de foi notado. Ela costumava manobrar na parte mais crítica da onda, onde muitas meninas preferiam passar batidas. Em 1999, entrou para a elite mundial. O auge da carreira veio apenas três anos depois. Em 2002, Jacque venceu a última etapa da temporada, em Honolua Bay, a acabou sendo a vice-campeã mundial.
As glórias em campeonatos refletiram uma carreira próspera. De 1999 a 2012, período em que esteve no circuito mundial, não enfrentou grandes dificuldades. “Eu tive muita sorte de ter toda a estrutura necessária para viver esse sonho”, conta Jacque, que hoje reconhece muitas mudanças no esporte para as mulheres. “O surfe feminino evoluiu muito, principalmente no nível das meninas. É uma coisa impressionante a qualidade do surfe delas hoje me dia, e também a quantidade aumentou”, afirma.