A deputada federal Júlia Zanatta (PL) e o senador Jorge Seif Júnior (PL) estão nos Estados Unidos com parlamentares de outros estados para uma missão com o objetivo de denunciar uma “falta de liberdade” a qual, segundo eles, impera no Brasil. Fiquei um bom tempo pensando: falta de liberdade?
Ora, mas a deputada e o senador, que até agora apresentam mandatos puramente ideológicos e pouco técnicos, ou seja, deveriam trabalhar em pautas que realmente façam a diferença na vida da população, estão livres como deve ser. Fazem denúncias, críticas e muito mais. Portanto, estariam mesmo com as suas liberdades tolhidas?
Para quem deseja denunciar a corrupção e o bom trato com o dinheiro público, deveriam começar pelo exemplo. Se a viagem puramente ideológica está sendo paga com dinheiro deles, sem problema algum. Eles têm todo o direito de participar dos eventos que julgarem importantes para os seus mandatos.
Agora, se está sendo com o dinheiro público, aí são outros quinhentos. Dinheiro público não é para custear passeio ideológico, apenas viagens que realmente se justifiquem.
Lacração
Quem exerce cargo público precisa ser responsável e entender que uma questão tão séria que é o terrorismo do Hamas que matou muita gente inocente, seguido dos ataques israelenses à Faixa de Gaza que têm matado inúmeros civis inocentes, sobretudo crianças, não deve ser usada para brincadeiras ideológicas. Aliás, qual é a pauta da deputada federal Júlia Zanatta (PL) nos Estados Unidos? Vai participar de reuniões que podem ter algum resultado prático para o Brasil e Santa Catarina?
Júlia precisa fazer jus ao seu discurso começando a tratar de pautas realmente importantes ao invés de continuamente se envolver em polêmicas. Agora é vista nos EUA em uma manifestação pró-Israel, onde de forma oportunista tenta lacrar. Deputada, essa é uma questão que precisa ser levada a sério, não de forma desrespeitosa.
Aliás
Parece que a deputada federal Júlia Zanatta (PL) precisará explicar se teve diária paga com dinheiro público na sua ida a Xanxerê para o casamento da deputada federal Caroline de Toni (PL). É o que dissem algumas matérias em sites e jornais. Como defende o bom uso do dinheiro público, seria de bom tom se Júlia prestasse contas desse custo.
Aliás, segundo esses sites, o marido da parlamentar como não poderia ser diferente, ficou no mesmo apartamento que ela. Como era um casamento, ou seja, um evento privado, e o seu marido também ficou hospedado, não teria sido o mais correto que o pagamento tivesse sido feito pelo casal?
O outro lado
Ontem, conversando com uma fonte ligada ao Governo do Estado, soube que a viagem que o governador Jorginho Mello (PL) fará ao Oriente Médio ficou para fevereiro, não somente por causa do conflito entre Israel e o Hamas, mas também para evitar críticas por ter ocorrido há pouco uma missão ao Panamá. Neste caso, vale dizer que é papel do governador viajar, fazer contato e atrair investimentos e demais iniciativas para Santa Catarina.
Um exemplo: a viagem ao Panamá que poderá render o início das operações da Copa Airlines em Florianópolis, ligando o estado à capital panamenha, que é um importante hub, encurtando consideravelmente as viagens aos Estados Unidos. Penso que é descabida a preocupação do Centro Administrativo; afinal, governador, secretários, deputados e demais lideranças precisam viajar sim, quando em benefício da sociedade.
Deputado se manifesta
Recebi uma nota do deputado estadual Carlos Humberto Silva (PL) a respeito da informação que divulguei ontem, de que ele será o próximo líder do governo na Assembleia Legislativa. Segue: “Caro jornalista Marcelo Lula. Fui convidado pelo governador Jorginho Mello para exercer essa função em 2024, substituindo o meu amigo e líder deputado Massoco, que vem exercendo sua função de maneira muito exitosa e dedicada. O governador me informou que fará um rodízio anual da liderança, dando a oportunidade para parlamentares diferentes, fortalecendo e reconhecendo a importância do Legislativo. Fico muito feliz e agradecido pela oportunidade” – deputado Carlos Humberto.
PCdoB de São José
A pré-conferência do PCdoB de São José indicou nova direção provisória que levará os trabalhos até a Conferência em 2024. Segundo lideranças do partido, foram apontadas as diretrizes para a disputa eleitoral no próximo ano, que é a união da esquerda.
O nome do PCdoB para o pleito municipal é o da ex-deputada Ângela Albino. Além disso, o partido buscará novas filiações para formar uma chapa competitiva pensando na Câmara de Vereadores.
Novos defensores
A Defensoria Pública de Santa Catarina empossa hoje mais dez defensoras e defensores públicos aprovados em concurso público. A cerimônia será realizada no auditório do Tribunal de Contas do Estado, a partir das 16h30.
Esta é a segunda turma nomeada diretamente pelo defensor-público Geral, Renan Soares de Souza, e não pelo Poder Executivo. A primeira foi em junho deste ano na sede da própria instituição, na Capital.
Ataque ao jornalismo
Toda minha solidariedade à colega jornalista Schirlei Alves, que foi condenada pela juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer a um ano de prisão em regime fechado, além de ter que pagar uma multa de R$ 400 mil. Vocês devem estar pensando que a colega cometeu um grave crime, quando na verdade, ela foi punida por ter cumprido com o seu papel de jornalista ao desnudar os acontecimentos lamentáveis no julgamento do caso envolvendo a promotora de eventos Mariana Borges Ferreira, conhecida nas redes sociais como Mariana Ferrer, que acusou um empresário de estupro.
Schirlei terá força e bons advogados para reverter uma decisão que fere o jornalismo profissional e a sociedade que precisa dos bons profissionais. É por justamente ter feito jornalismo, que contribuiu para que inúmeras pessoas não passem o que Mariana passou durante o julgamento que a colega foi punida. Uma lei foi aprovada no Congresso Nacional que estabelece punição para qualquer ato contra a dignidade das vítimas de violência sexual, se estendendo às testemunhas dos processos.
Antes que alguém…
Vale destacar que um erro não compromete todo o judiciário, que tem prestado um grande trabalho para a sociedade, inclusive, na garantia da democracia. Uma coisa é atentar contra o Estado Democrático de Direito, ou fazer discurso preconceituoso e de ódio.
Não há democracia que aceite comportamentos tão virulentos, portanto, uma trava nessas pessoas que pregam por uma tal liberdade sem limites é mais do que necessária. Agora, condenar a prisão uma jornalista que simplesmente fez o seu trabalho, é no mínimo uma grave censura.
Marcelo Lula é jornalista e radialista. Atuou em emissoras de rádio e jornais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Atualmente, faz comentários na Condá FM de Chapecó e na Rede Guararema de Rádios.
O jornalista tem se destacado por furos de fatos de grande repercussão em Santa Catarina, além de matérias investigativas e revelações dos bastidores de importantes investigações e da política.