O navio de contêineres Star Lysefjord, com bandeira da Noruega, atracou no Porto de Itajaí, no litoral norte catarinense, na tarde deste domingo (7), após 18 meses sem nenhuma operação de grande porte no terminal.
A embarcação trouxe 600 contêineres com cargas de veículos elétricos da marca BYD, 13 ônibus e 66 caixas com tecidos importados. Esses materiais vieram de Singapura, no sudeste asiático.
As operações de descarga do navio começaram nesta segunda-feira, envolvendo trabalhadores do Órgão Gestor de Mão-de-obra Portuária de Itajaí (OGMO). Essa movimentação trouxe um alento, mesmo que modesto, à economia da cidade.
A paralisação do porto de Itajaí começou em dezembro de 2022, quando o contrato de concessão com a APM Terminals, grupo ligado à operadora Maersk, chegou ao fim.
Desde então, o Governo Federal implementou uma concessão transitória provisória, com prazo de dois anos. Segundo técnicos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), esse tempo seria necessário para lançar um processo de arrendamento com concessão de até 30 anos.
Troca de comando
O grupo Mada Araújo venceu a concessão inicialmente, mas a Seara, ligada à multinacional JBS, logo adquiriu a empresa.
Faltam apenas questões de documentação para que a nova arrendatária assuma o controle total das operações do Porto de Itajaí. No entanto, a chegada do primeiro navio, com apoio da SC Portos, já trouxe esperança aos trabalhadores do setor e a toda a cadeia logística do terminal.
De acordo com a Superintendência, em 2022, o Porto de Itajaí movimentou mais de 4 milhões de toneladas, entre cargas gerais e conteinerizadas. Em 2023, sem os contêineres, esse número caiu para 370 mil toneladas. Este ano, o valor está em pouco mais de 102 mil toneladas, resultando em um prejuízo estimado em pelo menos R$ 120 milhões.
O Porto de Itajaí é público, de responsabilidade do governo federal, e tem administração municipal. Parte da operação é pública e parte privada.