
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina decidiu suspender o processo de falência das indústrias Teka, uma das maiores empresas do setor têxtil no Brasil, com sede em Blumenau, que está em processo de recuperação judicial há 13 anos.
O desembargador Robson Luz Varella acatou o recurso de um fundo de investimentos, acionista da empresa. E também determinou a interrupção do processo até que se esclareçam as dúvidas sobre a real situação financeira da companhia.
Além disso, o desembargador destacou que a decisão não garante a recuperação da Teka. Mas sim a importância de averiguar com clareza o real estado de insolvência. “Nada obsta, porém, que, ao final, dessuma-se, de fato, pela impossibilidade de restabelecimento empresarial, a culminar na falência das envolvidas”, complementou o magistrado.
No recurso apresentado ao TJ-SC, o fundo de investimentos acusou a administração judicial de não tomar medidas básicas para reduzir o passivo tributário da Teka, estimado em R$ 2,3 bilhões. Segundo os advogados do fundo, esse valor poderia ter sido reduzido para R$ 330 milhões. Isso caso o administrador tivesse aderido, no momento certo, aos programas de parcelamento federal e estadual.
Clima tenso entre acionistas
Enquanto a decisão da Justiça traz certo alívio momentâneo, a crise na Teka continua longe do fim. O Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau, Gaspar e Indaial (Sintrafite) já declarou que não descarta a possibilidade de greve. De acordo com o presidente da entidade, a disputa entre os acionistas pode ter influenciado diretamente no pedido de falência.
Além da sede em Blumenau, a Teka possui fábrica em Artur Nogueira, no interior de São Paulo, afirma que a manutenção das atividades é essencial para a economia das cidades onde atua. Em nota, a empresa explicou que o pedido de falência apresentado pela administração judicial, buscava manter a fábrica funcionando até que todo o patrimônio fosse liquidado e os credores pagos.
Por enquanto, o TJ-SC não definiu uma nova data para análise do caso. A liminar apenas suspende os efeitos da falência decretada anteriormente, mas o futuro da Teka depende da conclusão das auditorias e da análise financeira aprofundada. Até lá, a empresa segue operando.