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Agro catarinense fechou 2024 com R$ 63,7 bilhões e exportações recordes

O agronegócio catarinense encerrou 2024 com resultados expressivos

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Agro catarinense fechou 2024 com R$ 63,7 bilhões e exportações recordes
Foto: divulgação

O agronegócio foi responsável por 65% das exportações de Santa Catarina em 2024, somando US$ 7,57 bilhões. Nesse período, a China permaneceu como principal destino dos embarques. Além disso, o Valor de Produção Agropecuária (VPA) alcançou R$ 63,7 bilhões. Isso mesmo com uma leve retração de 0,5%, atribuída à frustração de safra em culturas como maçã e soja e à queda nos preços do milho e da soja.

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Os dados que ganharam divulgação nesta semana são da 45ª edição da Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina. Elaborada pela Epagri/Cepa, que reúne indicadores estratégicos para orientar políticas públicas e investimentos no setor rural.

Além disso, Santa Catarina manteve sua liderança nacional na produção de suínos, com US$ 1,7 bilhão exportado — o maior valor já registrado. O estado é responsável por cerca de 55% da suinocultura nacional, embora desde janeiro essa produção tenha sofrido uma queda de 31%. Na produção de frangos, SC e ficou em 2º lugar no ano passado, com US$ 2,3 bilhões exportados.

Exportações e produção recorde

A pecuária respondeu por 55,7% do VPA estadual. A bovinocultura de corte teve crescimento de 8,7% nos abates. E a produção de leite atingiu 3,3 bilhões de litros, uma alta de 2,9% em relação a 2023 e 41% em dez anos.

A produção vegetal representou mais de 24% do VPA. Com destaque para a soja, que movimentou R$ 5,46 bilhões, e o arroz, que respondeu por 11% da produção nacional.

Outros cultivos relevantes incluem milho, feijão, trigo e o mel, que teve aumento de 51% nas exportações, colocando o estado como 3º maior exportador nacional.

O setor florestal também avançou, com alta de 10,3% nas exportações, totalizando US$ 1,74 bilhão, o equivalente a 16,5% das vendas externas do estado.

Bananas, maçãs e tabaco

Apesar dos bons resultados, o ano teve desafios. A bananicultura sofreu com o clima. A maçã teve boa cotação, mas enfrentou quebra de safra, e o tabaco foi impactado pelo excesso de chuvas, que comprometeu a produção.

O crédito rural movimentou R$ 7,08 bilhões em 2024, com destaque para o crescimento das cooperativas de crédito, que ultrapassaram os bancos públicos na concessão de financiamentos.

Os recursos foram fundamentais para investimento em tecnologia, modernização das propriedades e aumento da produtividade. Os programas Pronaf e Pronamp também se destacaram, reforçando o apoio a pequenos e médios produtores.

A pecuária liderou em número de contratos, enquanto a agricultura concentrou os maiores volumes financiados, evidenciando a importância do crédito para o desenvolvimento sustentável no campo.

“A agricultura de Santa Catarina segue se destacando como um pilar fundamental para a economia do Estado”, destaca Luis Augusto Araújo, Analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa. “Com quase R$ 64 bilhões de valor de produção e estabilidade nas exportações, a agropecuária catarinense mostra força e aponta caminhos para um futuro ainda mais próspero”, completou ele.

Para Edilene Steinwandter, gerente da Epagri/Cepa, “mais do que números, a Síntese revela a força do trabalho de milhares de produtores, que constroem, a cada dia, uma agricultura inovadora, sustentável e competitiva”.